Lucas Carioli Depois do seu colapso em 2020, parecia que a Norton estava fadada a desaparecer novamente. Mas agora, com o comando da indiana TVS, eles estão anunciando quatro modelos inteiramente novos para 2026.
Uma das marcas mais antigas do mundo, a Norton nasceu na mesma época da Triumph, BSA e Royal Enfield. Depois de falir nos anos 1970, o nome foi resgatado pelo empresário Stuart Garner em 2008, que foi o seu líder até 2020, quando complicou-se fiscal e financeiramente na Inglaterra.
O nome Norton foi então vendido para a TVS Motors em 2021, conglomerado industrial indiano que também tem uma parceria com a BMW Motorrad. Pouco tem se ouvido falar deles desde então, mas o processo de restruturação nunca parou. No Salão de Milão foram revelados os primeiros frutos.
A reformulação da linha é liderada pela “Manx R”, uma superbike de linhas angulosas e sua versão naked, a “Manx”, ambas impulsionadas pelo mesmo conjunto motriz, um motor V4 a 72 graus arrefecido a líquido, que entrega 203,2 cv a 11.500 rpm e 130 Nm de torque a 9.000 rpm.
Detalhes completos da linha – incluindo preço e disponibilidade – ainda não estão disponíveis. No entanto, a Norton submeteu a Manx R a 30.000 km de testes em pista e estrada, visando o torque máximo em vez da potência em altas rotações, para maior apelo no uso em vias públicas.
Esse foco na usabilidade diária se reflete na posição de pilotagem, com os semiguidões posicionados relativamente retos, semelhantes aos da BMW S1000RR – uma decisão tomada para reduzir a tensão nos pulsos do piloto em baixas velocidades. Elas terão ainda o mais completo pacote eletrônico disponível.
Elas serão acompanhadas por duas motos Adventure, a Atlas e Atlas GT, bem mais acessíveis devido à crescente demanda por motos bicilíndricas de média cilindrada no mercado. Acredita-se que estarão disponíveis opções de rodas de liga leve e raiadas ao gosto do freguês.
Estas são impulsionadas por um motor de dois cilindros em linha de 585 cm³ com ordem de ignição de 270 graus, nova coqueluche do mercado. O chassi será treliçado de aço, como manda o figurinho, com posição confortável para dois ocupantes viajarem por várias horas.
Os detalhes ainda são escassos, mas eles confirmaram que elas terão faróis de LED com projetor, tela TFT touchscreen de 8 polegadas e auxílios ao piloto, além de controle de cruzeiro. Também é possível esperar ignição sem chave, manoplas aquecidas e assento aquecido.
Apesar do controle indiano, a produção continuará na Inglaterra, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque a Norton manterá suas origens intactas – não será apenas um nome. Ruim porque parece improvável que elas sejam vistas fora do Reino Unido, com uma escala de produção bem pequena.
