A KTM foi salva da ameaça de liquidação no início deste ano pela Bajaj Auto, mas as coisas vão mudar. O CEO da empresa indiana revelou planos para reduzir os custos operacionais da marca em mais de 50%. Empregos, corridas e marketing estão na mira.

Desde que resolveu assumir as dívidas da KTM, o trabalho da Bajaj para converter esse empréstimo em uma participação majoritária na KTM está em andamento, por meio da obtenção da aprovação regulatória de órgãos governamentais na Áustria e na União Europeia.
Em entrevista à emissora financeira indiana CNBC-TV18 em outubro, o CEO Rajiv Bajaj disse que pretende transferir pelo menos metade da produção da Áustria para a Índia, onde os custos operacionais são mais baixos. Também deverá reduzir os custos com pesquisa, desenvolvimento e marketing, e isso inclui corridas.
“Do ponto de vista externo, o que observamos até agora é que existe uma oportunidade de reduzir as despesas gerais em mais de 50%. Isso abrange P&D, todas as áreas de marketing, incluindo as corridas, e todas as áreas operacionais”, disse Bajaj na entrevista.
Uma das frases mais polêmicas de Bajaj foi quando disse que a “produção europeia estava morta.” Na entrevista, ele explica que foi a própria gestão anterior da KTM quem falou dessa maneira, antes de estabelecer com eles uma parceria no já distante ano de 2007.
“Foi a antiga administração da KTM que nos apresentou a ideia de que a manufatura europeia está morta, de que a KTM precisa transferir cada vez mais a produção para a Índia. Foi o que fizemos. Eles disseram que a cultura de trabalho europeia está morta, os salários são muito altos e a jornada de trabalho é muito curta. Eles nos mostraram gráficos comparando a Europa com a China e a Índia para ilustrar isso”, revelou.
Os empregos também estão, obviamente, em foco: “Uma redução de mais de 50% representa uma grande economia”, disse Bajaj. “Em termos de número de funcionários, a gestão anterior e a atual, que está no cargo desde novembro passado, já reduziram o quadro de 6.000 para 4.000 pessoas, o que, segundo suas próprias estimativas, ainda é muito. Desses 4.000 apenas 1.000 são operários.”
Enquanto isso, o desenvolvimento do novo motor de 850cc que será obrigatório na MotoGP a partir de 2027 continua sendo desenvolvido e até um vídeo de seu funcionamento na bancada de testes circulou nas últimas semanas. Mas a participação da KTM no longo prazo continua sendo uma incógnita.
