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Há 40 anos, Freddie Spencer era campeão das 500cc e das 250cc no mesmo ano. Como isso foi possível?

Lucas Carioli 2 de dezembro de 2025

O ano de 2025 não pode terminar sem que falássemos sobre o duplo título de Freddie Spencer, campeão das 500cc e 250cc ao mesmo tempo em 1985. Foi a primeira e última vez que alguém conseguiu tal feito, algo que provavelmente não veremos novamente.

O mundo era outro em 1985. Quase uma galáxia distante, como diz aquele filme. Mas, para não divagarmos muito, vamos nos ater apenas ao motociclismo. Não existia a “MotoGP” como a conhecemos hoje. O que existia era o Campeonato Mundial de Motociclismo, popularmente chamado de “motovelocidade” no Brasil.

No Campeonato Mundial corriam os melhores pilotos do mundo, com os melhores protótipos de corrida, divididos em várias categorias de cilindrada. Em 1985, elas eram: 80cc, 125cc, 250cc e 500cc. Todas tinham peso e importância iguais, não eram uma “escadinha” como vemos hoje em dia com a Moto3, Moto2 e MotoGP.



Os pilotos tinham liberdade para disputar quais categorias quisessem. Havia os especialistas em motos menores, como Angel Nieto, 13 vezes campeão do mundo (sete nas 125cc e seis na 50cc), Fausto Gresini (bicampeão nas 125cc) e Anton Mang, tricampeão nas 250cc. E havia aqueles que se adaptavam melhor às motos grandes como Eddie Lawson.

Lawson havia conseguido chegar ao seu primeiro título nas 500cc em 1984 graças a uma Yamaha redondinha e ao seu estilo de pilotagem seguro que lhe garantiram o apelido de ‘Steady Eddie’. Campeão em 1983, Spencer passou o ano desenvolvendo a nova NSR 500 V4, sucessora da NS 500 V3, além de um novo chassi e os pneus radiais da Michelin.

Spencer e seu engenheiro pessoal, o lendário Erv Kanemoto, queriam participar também das 250cc e convenceram a diretoria da HRC a criar uma moto nova. Nascia assim a NSR 250, com motor V2, praticamente o V4 da NSR 500 cortado ao meio. O chassi, em dupla trave de alumínio, ficou tão bom que Spencer pediu que o adaptassem na 500cc.

Spencer, Kanemoto e os demais engenheiros da recém fundada HRC testaram exaustivamente as duas motos simultaneamente no circuito de Suzuka. Tudo era feito à base de tentativa e erro. Mas Freddie era também considerado um excelente piloto de testes, descrevendo precisamente o comportamento delas na pista, o que facilitava as coisas para os japoneses.



A temporada começou na África do Sul com sensações mistas. Spencer venceu a corrida das 250cc com facilidade confirmando a boa gestação da moto. Nas 500cc, não foi bem assim e Lawson foi o vencedor. A direção da HRC deu-lhe um ultimato: a prioridade eram as 500cc. Se não fosse bem nelas, eles iriam se retirar das 250cc.

“Durante o primeiro GP em Kyalami, aquela moto vibrava tanto que meus dentes doíam“, lembra Spencer. “Isso não apareceu em Daytona antes, porque, com a inclinação da pista, tínhamos que usar um pneu dianteiro mais rígido. Tentei de tudo para vencer, mas Eddie Lawson me derrotou. Venci a corrida de 250cc.”

Com três semanas até a próxima corrida na Espanha, eles voltaram aos testes em Rijeka, na antiga Iugoslávia. Enquanto a boa 250cc foi deixada de lado, eles experimentaram diferentes pneus, combinações de motor, pesos de virabrequim, geometrias e resistências de direção para melhorar a estabilidade da 500cc.

No fim, eles conseguiram melhorar bastante a moto. Spencer conquistou sua primeira vitória dupla em Mugello, Itália. Naquele tempo, a corrida das 250cc acontecia logo depois das 500cc. O piloto mal tinha tempo de se preparar para a próxima corrida. Nessa ocasião, um de seus maiores rivais, Anton Mang, fez um gesto inesperado.



“Corri de volta para o meu motorhome, bebi o máximo de água que pude e tentei chegar a tempo para o grid da 250cc. Foi apertado, mas o Toni Mang, talvez o maior piloto de 250cc de todos os tempos, não saiu do grid de largada para me dar tempo de chegar lá e participar. Que cara!”, lembra Spencer.

Com o desenvolvimento da 250cc praticamente parado, Mang e Carlos Lavado, da Yamaha, se aproximaram bastante de Spencer, com os três realizando corridas até mais disputadas que as 500cc. No fim, ele conseguiu vencer sete provas, seis seguidas: “Pilotos como Mang nunca cometiam erros. Cada curva era uma batalha árdua”, garante.

Spencer gostava mais da NSR 250 do que da 500cc.

O título das 250cc veio antes, no GP da Inglaterra, em agosto, com três etapas de antecedência. Isso deu mais tranquilidade para Spencer buscar o das 500cc. Mas justo naquela etapa, o norte-americano teve uma queda onde fraturou o pulso direito. Uma fratura que iria lhe incomodar pelo resto de sua carreira esportiva.

A obstinação de Spencer em vencer os dois campeonatos o fez continuar disputando as duas corridas por etapa até o final do ano. No fim, com mais sete vitórias na classe 500cc (quatro seguidas), o título mundial foi garantido com uma rodada de antecedência, em Anderstorp, na Suécia. 14 vitórias em um só ano!



Mas o esforço custou caro. A lesão na mão direita nunca foi completamente sanada. Spencer também não se tratou adequadamente. Em condições normais, a mão se comportava bem. Em esforço máximo, chegava a um momento em que colapsava. Fala-se de Síndrome do Túnel do Carpo, mas isso nunca foi confirmado.

O sinal dos tempos veio já na primeira etapa de 1986, em Jarama, na Espanha, Spencer vinha na liderança qundo precisou encostar nos boxes com o braço direito praticamente em pane. Essa seria a última vez que Spencer lideraria uma corrida. Ele nunca mais venceria uma corrida depois de 1985.

O norte-ameericano tentou voltar em 1987, 1989 e 1993, mas nunca mais recuperou a velha forma, vindo a se aposentar de forma precoce, muito antes dos 40 anos. Depois, criou uma mundialmente conhecida escola de pilotagem, pela qual o brasileiro Rhalf Lo Turco foi um de seus aprendizes. Recentemente integrou o painel de comissários da MotoGP.

Embora suas estatísticas não o coloquem no topo da lista de campeões, o seu duplo título em 1985 é muito admirado – e até invejado. Fã das 250cc, Valentino Rossi tentou fazer o mesmo uma época. Marc Márquez também queria correr na MotoGP e Moto2 em 2014. Ambos não ganharam permissão para isso. Os tempos já haviam mudado.

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