Lucas Carioli Agora que a Honda CB 750 Hornet está pronta para invadir as ruas e estradas brasileiras, demos uma boa olhada na concorrência para tentar ajudar os indecisos na hora da compra.
Introduzida no mercado internacional em 2022, a Hornet 750 é bem diferente do modelo original, a começar pelo motor: o aclamado quatro cilindros em linha de 599 cm³ foi substituído por um moderno dois cilindros de 755 cm³, mais leve, econômico, mas com rendimento bem satisfatório.
Enquanto a antiga Hornet chegava a 102 cv a 12.000 rpm e 6,53 kgf.m de torque máximo a 10.500 rpm (200 kg), a nova Hornet chega a 68 cv a 9.500 rpm e 7,6 kgf.m a 7.250 rotações movimentando 190 kg. Perceba que o torque chega bem antes para levar menos massa. Interessante, não?
E essa é a primeira premissa que devemos levar em conta: esqueça a velha Hornet. A nova veio com uma missão diferente, ser uma roadster urbana e ágil, não uma supersport sem carenagens como, no fundo, era a CB600F. Quase não existe mais médias de quatro cilindros, se essa for a sua onda, vá direto para as 1000cc.
No Brasil, a Hornet 750 será comercializada a partir de R$ 53.694, sem despesas de frete e seguro, o que certamente vai elevar bastante esse preço em outras regiões. Mas a situação é semelhante com na Yamaha, Kawasaki, Suzuki e Triumph, que tem as opções mais diretas. Vamos dar uma olhada?
Yamaha MT-07
Tudo isso começou com a Yamaha MT-07 em 2014. Sucessora da tetracilíndrica XJ6, a naked média chegou na época com uma nova proposta: motor reduzido para dois cilindros, porém com deslocamento aumentado para 689 cm³ e uma carta na manga: virabrequim girando a 270º.
Essa arquitetura de motor permite que um dos cilindros sempre esteja empurrando, o que reduz as vibrações em comparação a um dois cilindros a 180º tradicional, ao mesmo tempo em que gera mais torque em todas as faixas de rotação e um ronco mais interessante.
O sucesso foi imediato, um dos maiores acertos da Yamaha na década passada. No papel, a MT-07 produz 73,4 cv a 8.750 rpm e 6,9 kgf.m a apenas 6.500 rotações para empurrar um peso líquido de 183 kg. Na prática, o comportamento dela sugere muito mais é uma diversão pilotá-la.
A última atualização da MT-07 no Brasil aconteceu no ano passado, quando chegou um design modernizado, melhorias na ergonomia e suspensão, além do painel TFT com conectividade. O modelo parte de R$ 57.990,00, mas com frete e seguro fixo de R$ 2.305,00.
Vantagens
- Qualidade comprovada
- Boa relação peso/potência
- Boa rede de concessionárias
Desvantagens
- Mais cara
- Idade do projeto
Suzuki GSX-8S
Uma opção relativamente nova no mercado, a Suzuki GSX-8S foi introduzida no Brasil em 2024. Seu motor também é um bicilíndrico em linha com ordem de disparos a 270º, mas um deslocamento maior, de 776 cm³. Seus números: 83 cv a 8.500 rpm e 7,95 kgf.m a 6.800 rpm. O peso é ligeiramente maior, 202 kg.
A GSX-8S destaca-se pelo seu design agressivo e moderno, especialmente na cor azul. O farol é do tipo projetor, com luz alta e luz baixa empilhadas de LED. A altura do assento de 810 mm faz você se sentir a vontade desde a primeira volta. Mas a autonomia não é muito grande com o seu tanque de combustível de 14 litros.
O painel de 5 polegadas é o mesmo da V-Strom 800, ou seja, uma peça de LCD de aparência moderna, mas não de TFT. Na GSX-8S você encontra três modos de condução, três níveis de controle de tração e de controle de deslizamento. Assim como nas demais, o acelerador é ride by wire e a embreagem, deslizante.
Atualmente, a GSX-8S tem o preço público sugerido de R$ 48.500,00 sem frete e seguro, o que sempre encarece as coisas nas regiões mais remotas do país. Mas essa é a naked média bicilíndrica com o melhor custo/benefício do mercado, algo no que a Suzuki sempre se destaca. Está disponível nas cores azul, branca e preta.
Vantagens
- Projeto moderno
- Motor maior e mais potente
- Custo/benefício
Desvantagens
- Número de concessionárias menor
Kawasaki Z650
Veterana em nosso mercado, a Kawasaki Z650 está por aqui desde o início da década de 2010, quando atendia por outro nome: ER6-N. A base mecânica, no entanto, é a mesma desde então, quadro tubular de aço e motor bicilíndrico de 649 cm³ com ordem de disparos a 180º.
Essa configuração era a mais popular entre os motores bicilíndricos em linha até pouco tempo atrás. Isso significa que um pistão sobe outro desce, diretamente opostos. Funciona perfeitamente, empurra com vigor, mas as vibrações são maiores e o ronco é aquele bem conhecido e que não agrada a todos.
Esse motor rende 69 cv a 8.000 rpm e 6.5 kgfm de torque a 6,700 rotações, menos do que as rivais, porém mais do que suficiente para fazer bonito no perímetro urbano. O peso em ordem de marcha é de apenas 188 kg. Os garfos são telescópicos convencionais e não invertidos como nas outras.
Mas o design e a eletrônica são absolutamente atuais, contendo painel TFT de 4,3 polegadas com conectividade, dois níveis de controle de tração, embreagem deslizante, luz traseira de LED. Seu preço parte de R$ 47.550,00. Também existe a versão RS, de estilo retrô, a partir de R$ 50.090,00.
Vantagens
- Qualidade comprovada
- Relação peso/potência
- Atualizada periódicamente
Desvantagens
- Idade do projeto
- Rede de concessionárias reduzida
- Menos flexibilidade de aquisição
Triumph Trident 660
Se você faz questão de ter um motor com mais de dois cilindros, temos essa incrível opção: Triumph Trident, com seu engenho de três cilindros em linha de 660 cm³ que rende 81 cv às 10.250 rpm e torque máximo de 6,52 kgf.m a 6.250 rpm, 90% dele já disponível entre 3.600 rpm.
O chassi segue a receita das demais: quadro tubular de aço, assim como o anguloso braço oscilante. Os garfos são Showa SFF de 41 mm com funções separadas para cada tubo, assim como na Hornet 750, e as pinças de freio são Nissin. Os pneus, Michelin Road 5, são de primeira linha.
Também é de primeira linha a parte eletrônica, dotada de acelerador eletrônico ride-by-wire, dois modos de pilotagem (Road e Rain), painel digital TFT colorido que pode ser pareado com um smartphone e controlado através de botões nos punhos. A iluminação é toda de LEDs.
A motocicleta encontra-se à venda a partir de R$ 52.190,00. A Triumph sabe que a rede de concessionárias não é tão extensa e oferece garantia de dois anos, sem limite de quilometragem, enquanto que o intervalo de manutenção do motor é de 16 mil quilômetros/12 meses. Qual é a sua preferida?
Vantagens
- Motor de três cilindros, único no mercado
- Projeto moderno
- Custo/benefício
Desvantagens
- Rede de concessionárias reduzida
- Desvalorização inicial maior
