Lucas Carioli Agora sim: a Honda apresentou hoje (10) para o mercado europeu a nova CB 1000F em toda a sua glória. Revelada em agosto no Japão, a motocicleta retrô promete realizar as fantasias de quarentões e cinquentões fãs dos anos 1970.
Depois de assistir por anos a Triumph, Harley-Davidson, Ducati e outras marcas ocidentais usarem e abusarem de suas próprias conquistas passadas, a Honda resolveu jogar na mesma moeda. A nova CB 1000F bebe da riquíssima história da empresa, especialmente a fase do final dos anos 1970 para 1980.
O modelo histórico exato que inspira a nova Honda CB 1000F é a Honda CB 750/900 F Bol d’Or de 1978, desde o design até as cores (prata e azul). E, por uma questão de honra: com um motor de quatro cilindros em linha com o seu famoso “ronco de Fórmula 1” que animou tanta gente na época.
Em termos mecânicos, a motocicleta é derivada da CB1000 Hornet, que por sua vez é uma versão amansada do motor de quatro cilindros em linha de 998 cm³ da CBR1000RR Fireblade de 2017. Aqui, ele está rendendo 124 cv (155 cv na Hornet) a 9.000 rpm, com 103 Nm de torque chegando a 8.000 rpm.
Por baixo da silhueta clássica, também encontra-se o quadro tipo diamante de aço da Hornet acoplado a um novo subquadro mais espaçoso para maior conforto ao garupa. Os garfos invertidos são os Showa SFF-BP de 41 mm totalmente ajustáveis, assim como o amortecedor traseiro, com configurações diferentes da Hornet.
Para cuidar da frenagem, pinças radiais Nissin de quatro pistões mordem discos dianteiros flutuantes de 310 mm, enquanto que na traseira uma pinça simples de dois pistões faz o mesmo no disco de 240 mm. As rodas de alumínio de cinco raios derivadas da Fireblade tem medidas 120/70-17 e 180/55-17, respectivamente.
O peso total da moto é de 214 kg com o tanque de combustível de 16 litros cheio. A altura do assento de 795 mm e distância do solo de 135 mm estão dentro do padrão das naked/roadster modernas. A posição de pilotagem é neutra, de acordo com a Honda.
Só lembramos que estamos diante de uma máquina do século XXI ao sentar-se nela e vermos o painel TFT de cinco polegadas, que oferece conectividade total com smartphones, permitindo navegação curva a curva, música e chamadas por meio de um fone de ouvido Bluetooth.
Os menus são controlados através de comandos retroiluminados no punho esquerdo onde os condutores podem escolher entre três modos de pilotagem padrão, além de dois modos “Usuário” personalizáveis que permitem o ajuste fino da entrega de potência, do freio motor e do controle de tração.
Graças à implementação de uma unidade de controle de tração (IMU) de seis eixos, a CB 1000F conta com ABS em curvas e controle de wheelie. A ignição é feita pelo sistema keyless go da Honda, embora você ainda precise destravar o tanque de combustível do jeito antigo.
Para demonstrar seu progresso em direção às metas de sustentabilidade, peças como o para-lama traseiro e a base do assento são feitas de polipropileno reciclado pré-consumo – obtido por meio da trituração, composição e peletização de materiais reciclados pré-consumo de áreas como eletrodomésticos.
A Honda produziu três pacotes de acessórios opcionais: o “Esportivo” adiciona uma carenagem de farol, grade do radiador, proteção do motor, adesivos laterais do tanque e um quickshifter bidirecional. O pacote “Conforto” oferece um assento mais confortável, proteção do tanque e manoplas com aquecimento.
Três opções de cores estarão disponíveis quando a CB1000F chegar aos concessionários europeus no primeiro semestre de 2026: prata com grafismos azuis (Wolf Silver Metallic/Blue Stripe); prata com faixas cinzas (Wolf Silver Metallic/Grey Stripe) e preto grafite (Graphite Black). O preço gira em torno dos € 10.000.
