Lucas Carioli
O protótipo da Ducati Streetfighter V4 não era o único modelo com esse nome correndo em Pikes Peak esse ano. Havia também outra motocicleta extensamente modificada que utilizava o chassi da Ducati Streetfighter 1098 original. Seu nome era “Beastie”, algo como A Besta.
A criação partiu de Michael Woolaway, da conhecida oficina de customização “Deus ex Machina”, que já havia participado da edição do ano passado com uma Ducati Hypermotard SP. Apesar de ter ficado em segundo na sua categoria, Woolaway não gostou muito do que viu.
“Eu me enganei no ano passado, já que não percebi o quão sinuoso era o circuito de Pikes Peak, então eu tive que me esforçar muito fisicamente para deitar a moto nas curvas“, revelou Woolaway. “O objetivo deste ano foi construir uma moto leve, confortável, que girasse bem e, mais importante, contornasse as curvas com facilidade“, explicou.
Woolaway então resolveu apostar no chassi de uma Ducati Streetfighter 1098, naked comercializada entre 2008 e 2013 que possuía o mesmo motor V-Twin da superbike 1098. Mas as únicas coisas da motocicleta original que permaneceram foram o suporte de placa e o assento.
O motor foi substituído pelo de uma 1098R de competição. O câmbio recebeu uma nova relação de marchas, mais curta. A mesa de direção de uma Ducati 999 foi soldada no chassi para melhorar o ângulo de esterço nas curvas e um novo braço oscilante mais longo e feito de magnésio foi adicionado.
As suspensões Marzocchi originais foram substituídas por um conjunto Öhlins. O mesmo pode ser dito sobre as rodas Marchesini, trocadas por outras da marca britânica BST, de fibra de carbono. Os novos discos de freio são da BrakeTech, enquanto as pinças vem da Brembo.
Para completar o pacote, uma nova ECU Micro Tech foi instalada, assim como um escapamento da SC-Project. Isso tudo resultou em cerca de 180 cv (na roda) e um peso de apenas 154 kg já completamente abastecida, uma formidável relação peso/potência. Modos de pilotagem? Controle de tração? Não obrigado. Afinal é uma besta!
