Até o ano passado, a Honda era uma das motos mais lentas da MotoGP em retas. Mas, o desenvolvimento esse ano foi notável e os pilotos da equipe japonesa encerraram 2025 entre os mais rápidos, não apenas nos tempos de volta, como em velocidade máxima.

Com concessões ilimitadas para testar durante a temporada 2025, a Honda experimentou vários modelos de motor para alcançar principalmente a Ducati. A evolução mais significativa foi introduzida no GP da Itália, no circuito de Mugello, conhecido pela sua reta de chegada extremamente longa e de altíssima velocidade.
Naquela ocasião, a moto mais veloz foi a Aprilia RS-GP de Marco Bezzecchi, que marcou 362,4 km/h. A Honda mais rápida foi a de Johann Zarco em quinto com 357,6 km/h, atrás apenas de duas Aprilia e duas KTM. O recorde foi estabelecido por Brad Binder (KTM), 366,1 km/h, em 2023 e igualado por Pol Espargaró em 2024.
Desde então, pelo menos um piloto da Honda sempre esteve entre os cinco mais velozes. No GP da Malásia, Joan Mir liderou o speed trap com 333,3 km/h na reta oposta de Sepang. Na etapa seguinte, em Portugal, Zarco era o segundo mais rápido, 349,5 km/h. Em Valência, Mir e Luca Marini ficaram em primeiro e segundo, com 342 km/h.
Para termos uma noção melhor, a Ducati mais veloz de reta em Valência ficou apenas na nona posição, com de Fabio Di Giannantonio marcando 337 km/h. À frente dele ficaram uma Yamaha, três KTM e quatro Honda. Augusto Fernandez, com a nova Yamaha M1 V4 ficou em penúltimo com 328,9 km/h.

A introdução da nova especificação de motor não ocorreu sem problemas. Em Portugal, Zarco teve que aprender da maneira mais difícil, com falhas técnicas em ambas as corridas. Mas foi um esforço necessário, porque essas seriam as últimas atualizações no motor de 1000cc antes da chegada dos motores de 850cc em 2027.
“A Honda utilizou três variantes diferentes de motor durante a temporada atual. Isso também porque era previsível que perderíamos essas concessões”, disse o agora piloto de testes da Honda, Aleix Espargaró, explicando que a Honda perdeu as concessões totais ao final dessa temporada, devido aos resultados melhores.
“Estivemos trabalhando para isso ao longo de toda a temporada. No geral, podemos afirmar que a Honda pertence à elite, e, portanto, este é um passo lógico”, adicionou Espargaró. Vale destacar que, embora as motos das outras equipes tenham aumentaram sua velocidade máxima em aproximadamente 5 km/h de 2023 para 2024, o mesmo não aconteceu em 2025.
Isso pode ser explicado pela novas peças aerodinâmicas, que provavelmente geraram arrasto extra, apesar da melhora no tempo de volta. Dependendo da pista, a aerodinâmica contribui mais para o cronômetro do que a velocidade máxima. Além disso, Ducati, Aprilia e KTM não tinham as concessões da Honda e seus testes eram bem mais limitados.
Mas a melhora na potência do atual motor Honda é inegável. Se a HRC conseguir reduzir a taxa de falhas do seu motor, a sua subida no ranking de fabricantes deverá ser mais visível em 2026, o último ano das MotoGP como as conhecemos desde 2012. O que é uma boa notícia para Diogo Moreira, o novo recruta da marca.
