Apenas 48 horas após ter conquistado o título da Moto2, Diogo Moreira voltou ao circuito Ricardo Tormo para os primeiros testes coletivos visando a temporada 2026 de MotoGP. O brasileiro de 21 anos tomou contato com a Honda RC213V pela primeira vez.

Moreira só recebeu formalmente suas funções de seu novo empregador após as comemorações da vitória. Conquistar o título era a prioridade máxima. O brasileiro, que precisava apenas chegar na 14ª posição no Grande Prêmio de Valência de Moto2, foi campeão ainda durante a corrida, com a desistência de Manuel Gonzalez.
Quando o movimento no autódromo diminuiu, no final da tarde de domingo, Diogo dirigiu-se aos boxes de sua nova equipe – 150 metros adiante, Com uma primeira “montada” na RC213V de Somkiat Chantra, sua vida como piloto de MotoGP começou. Segundo o dono da equipe, Ceccinello, “dezenas de componentes ergonômicos” estão disponíveis.
Pesando apenas 60 kg e medindo 1,68 m, Moreira é um dos pilotos mais leves da MotoGP. Tanto o piloto que substitui, Chantra, quanto seu companheiro de equipe, o experiente Johann Zarco são mais altos e pesam consideravelmente mais. Mas isso (ser menor) é uma vantagem na Categoria Rainha.
Choveu à noite e isso lavou a pista. Assim como todos os outros pilotos, Moreira ficou nos boxes por um tempo que pareceu uma eternidade. Somente às 13h44 no horário local é que ele finalmente subiu na LCR Honda com o escolhido número 11, devido às condições de pista nada ideais. Um minuto depois, ele já estava pista.
Moreira deu oito voltas e voltou aos boxes para uma reunião inicial de acerto com a equipe técnica, que inclui o alemão Klaus Nöhles como chefe de equipe. Os tempos de volta ainda não indicam nada. O tempo registrado foi de 1min34s453, ficando em 20º lugar. Mas a evolução e o aprendizado já começaram.

Com menos de 30 voltas, Moreira já estava virando na casa de 1min32s e antes do segmento final do teste, o estreante estava a 0,8 segundos do também estreante e tricampeão do WorldSBK, Toprak Razgatlioglu, com sua Yamaha. Antes das primeira 50 voltas, já virava em 1min31s7.
No final do dia, Diogo havia completado 57 voltas, a melhor delas em 1min31s197, a 1s824 de Raul Fernandez (Trackhouse Aprilia), que fez o melhor tempo. Um resultado excelente, considerando que ele precis se acostumar com uma moto mais pesada, mais potente, com vários dispositivos para controlar e com freios de carbono, bem mais poderosos.
“No começo fiquei um pouco assustado, mas no final gostei bastante. A última sessão foi muito melhor”, disse Moreira após descer da moto. “É difícil descrever porque é a minha primeira vez em uma moto de MotoGP. Aprendi quais trajetórias seguir e como usar os freios. O mais difícil foram os freios. Eles precisam ser bem aquecidos e, no começo, foi muito difícil entender onde era o ponto de frenagem. Mas acho que fizemos um ótimo trabalho hoje.”
“Preciso treinar muito durante o inverno, porque não demos muitas voltas hoje”, admitiu Moreira. “Mas a Honda é muito competitiva – estou ansioso pelo ano que vem. Estou entrando em um novo mundo agora. Vai ser ótimo, estou tentando aproveitar esta categoria. Mas tenho muito a aprender.”





