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Antes de Diogo Moreira: pilotos brasileiros que fizeram bonito no exterior

Lucas Carioli 16 de novembro de 2025

O título mundial de Diogo Moreira na Moto2 é o mais significativo que um piloto brasileiro de motos já atingiu no exterior. Mas antes dele, é claro que essa estrada já foi percorrida – e pavimentada – por outros pioneiros. Confira alguns deles aqui.

Ao contrário do automobilismo, o motociclismo no Brasil sempre tive uma carência muito grande de uma estrutura verdadeiramente organizada. Embora, as atividades tenham começado ao mesmo tempo que no exterior, as corridas não eram ligadas ao que acontecia lá fora e problemas organizacionais eram frequentes.



A Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), por exemplo ficou desfiliada da FIM por quase 20 anos devido a irregularidades cometidas no “Grande Prêmio do IV Centenário de São Paulo”, realizado em 1954 para celebrar os 400 anos da cidade. Até hoje, nossos principais campeonatos não recebem a chancela da FIM.

Com esses problemas, nunca tivemos uma base de formação verdadeiramente boa, embora o talento existisse. Partir para a Europa, onde estavam os melhores circuitos, os melhores pilotos, os melhores orçamentos e a melhor cobertura – em uma época sem internet – era um ato de verdadeira aventura.

Muitos heróis brasileiros tentaram a sorte no motociclismo internacional, caso de Claudio Girotto Filho, Marco Greco, Gilson Scudeler, entre outros. Mas por uma questão de espaço e tamanho, vamos nos concentrar principalmente naqueles que conseguiram os maiores resultados – e impressionaram os gringos.

Adu Celso – vencedor do GP da Espanha de 350cc de 1973

Adu Celso no circuito de Le Mans em 1976.

Eduardo Celso Santos, mais conhecido como “Adu Celso”, foi o primeiro piloto brasileiro a se destacar no Mundial de Motociclismo. Ao contrário da maioria de seus colegas, esse santista nascido em 1945 vinha de uma família abastada que apoiava sua participação nas pistas, desde que isso não afetasse o seu desempenho escolar.

Seu começo nas motos aconteceu aos 16 anos nas 50cc. Não se sabe exatamente quantas corridas e campeonatos ele ganhou no Brasil, mas em 1970, ao lado do também piloto Luiz Celso Giannini, ele partiu para disputar corridas na Europa com licença holandesa, porque a brasileira não era filiada à FIM, como disse antes.

Seus primeiros resultados de relevo aconteceram em 1972, com um sétimo e dois quartos lugares na classe 350cc, que tinha tanta relevância quanto as 500cc. Vale lembrar que os grandes nomes da época, como Giacomo Agostini, Jarno Saarinen e Renzo Pasolini participavam simultaneamente de ambas as categorias.

O ano de 1973 foi o seu melhor. Correndo com uma Yamaha, Adu marcou 33 pontos, incluindo uma vitória no GP da Espanha, a última etapa daquele ano, em Jarama, deixando para trás nomes como Phil Read. Em um ano em que Agostini foi o campeão, o brasileiro ficou em um honrável sétimo lugar no campeonato.

Adu Celso competiria na Europa até 1976 com o respeito dos europeus que o apelidaram de brazilian indian, o índio brasileiro, sempre com uma cruz de malta em seu capacete azul escuro. Depois de um acidente rodoviário na Holanda, Adu voltou suas atenções para corridas de carros até se aposentar definitivamente em 1984.

Edmar Ferreira – pontos no mundial e presença nas corridas de longa duração

O goiano Edmar Ferreira começou a sua trajetória como quase todos os outros, com corridas de rua improvisadas. Depois, já profissional, foi várias vezes campeão brasileiro no início dos anos 1970, o que o credenciou a tentar o Mundial (onde já corria Adu Celso) com o apoio do governo de Goiás.

Sua participação no Campeonato Mundial ocorreu em 1975 e 1976, como companheiro de Adu Celso. Chegou em sexto no GP da Alemanha das 250cc de 1975, oitavo na Suécia, na corrida das 500cc (também em 1975) e em quinto na Tchecoslováquia nas 750cc em 1976, no antigo circuito de estrada de Brno.

Entre 1977 e 1979 participou das 24 Horas de Bol d’Or fazendo dupla com Walter “Tucano” Barchi através de uma equipe 100% brasileira, a Comstar. Na lendária prova de resistência francesa os dois fizeram bonito: dois quintos lugares e um terceiro no último ano.

Depois, como muitos outros, Ferreira também passou para o automobilismo competindo, a partir de 1981, na Stock Car e no efeverscente Brasileiro de Marcas, que fazia muito sucesso na época. Depois que se aposentoou como piloto de corridas, virou… piloto de avião!

Walter “Tucano” Barchi – presença constante em Le Mans e Bol d’Or

Irmão mais novo do jogador de futebol Oldair Barchi, ídolo do Vasco e do Atlético Mineiro, Walter “Tucano” Barchi sonhava em ser como ele, mas era nas pistas de corrida onde estava o seu verdadeiro talento, especialmente sobre motocicletas, embora também corresse de carros.

Tucano começou a se destacar no início dos anos 1970. Depois de vencer uma série de corridas semi amadoras de moto e de carro, a equipe “Fórmula G”, de uma concessionária Honda, contratou-o para 1976 com um plano ambicioso: correr nas 24 Horas de Bol d’Or, na França, que viviam o seu auge de popularidade.

Tucano, fazendo dupla com Paulo Salvalaggio (o Paulé), disputou a corrida no circuito Bugatti de Le Mans com uma Honda CB550 com pouquíssimas modificações, praticamente original de rua. Eles não apenas chegaram ao final como se classificaram na 12ª posição geral deixando mais de 50 competidores para trás.

Tucano retornou entre 1977 e 1979, em dupla com Edmar Ferreira, conquistando dois quintos lugares e um terceiro. Sua presença em Bol d’Or e nas 24 Horas de Le Mans seria constante até 1983, quando foi novamente terceiro em parceria com Jacques Luc e Jean-Louis Battistini.

Barchi chegou perto de fazer uma temporada no Mundial após um teste com a Honda NS 500, quando, segundo a lenda, teria andado mais rápido do que o piloto oficial, Ron Haslam. Infelizmente não aconteceu e Tucano se aposentou como piloto em 1984 deixando para trás mais de 70 vitórias em 14 anos de carreira.

Antônio Jorge Neto – vencedor das 100 milhas de Daytona de 1983

Antonio Jorge Neto em Daytona 1983.

Conhecido no meio como “Netinho”, Antônio Jorge Neto foi um dos pilotos brasileiros mais proeminentes da virada dos anos 1970 para 1980. Conquistou nada menos do que cinco títulos paulistas, sete títulos nacionais e dois sul-americanos. Então resolveu que já era hora de dar um passo mais ousado.



Netinho queria alcançar o Mundial e, em 1982, ele e a famosa equipe brasileira Shell-Yamaha participaram de algumas corridas da classe 250cc (hoje Moto2). E não é que os resultados foram interessantes? Sétimo lugar em Jarama (Espanha) e quarto em Misano (Itália), a menos de 9 segundos do vencedor, Anton Mang.

Além do Mundial, Netinho participou da Daytona 200, uma semana de competições no famoso circuito da Flórida que costumva abrir a temporada internacional naqueles tempos. Correndo na classe 250cc (100 Milhas), o brasileiro chegou a ocupar a quarta posição, antes de não conseguir desviar de um acidente.

Apesar de a equipe Shell-Yamaha ter sido dissolvida no final do ano, Netinho e sua turma não desistiram: em março de 1983, eles foram aos EUA, sem grandes patrocinadores, dispostos a correr novamente em Daytona comprando (em uma concessionária!) uma Yamaha TZ250, a moto mais competitiva da época.

Com muita ousadia, esperteza e improvisação, Netinho conseguiu a 12ª posição em um grid de 68 motos. Na corrida, o brasileiro foi recuperando terreno sem olhar para trás até alcançar o líder, Jim Felice. A vitória era tão improvável que a organização teve dificuldade em achar o hino do Brasil para o pódo.

Alexandre Barros – sete vezes vencedor de Grandes Prêmios de 500cc e MotoGP

Barros duela com Valentino Rossi no GP da Holanda de 2002.

A presença brasileira nas corridas de moto do exterior só ganhou consistência mesmo com a chegada de Alexandre Barros. Nascido em São Paulo em 1970, “Alex”, como ficou conhecido, forjou seu talento no Brasil correndo de minimotos, ciclomotores, cinquentinhas e oitentinhas, faturando vários títulos.

Sua chegada ao Mundial de Motociclismo aconteceu em 1986, nas 80cc, quando mentiu a idade mínima regulamentar de 16 anos (ainda tinha 15) para poder competir. Felizmente, tudo deu certo e Barros somou seus primeiros pontos, além de acumular experiência.

Após dois anos nas 250cc, Barros foi contratado pela Cagiva para correr nas 500cc em 1990, tornando-se na época o piloto mais jovem a disputar a Categoria Rainha, aos 20 anos. Sem se intimidar, Barros logo estava acompanhando o ritmo dos grandes da época como Rainey, Lawson, Doohan e Mamola.

Sua primeira vitória aconteceu no GP da Espanha de 1993, prova de encerramento da temporada em Jarama (exatamente 20 anos depois de Adu Celso), pela Suzuki, onde seu companheiro de equipe era ninguém menos do que o campeão daquele ano, Kevin Schwantz.

Outras vitórias se seguiram em 2000, na Holanda e na Alemanha, na Itália em 2001, no Japão e em Valência 2002 (o seu ano mais competitivo) e em Portugal 2005. Barros também competiu no WorldSBK em 2006, onde conquistou duas vitórias em Imola. É, de longe, o piloto brasileiro de motos mais reconhecido no exterior.

Rhalf Lo Turco – colocando as cores brasileiras nos circuitos da Inglaterra

Outro paulista nessa lista, Rhalf Lo Turco desenvolveu o gosto por carros e motos ainda na infância graças ao pai, dono de um posto de gasolina e de uma loja de autopeças, além do irmão mais velho. Para se ter uma ideia, eles tinham posters do Franco Uncini e Freddie Spencer na parede.

Daí para se envolver profissionalmente com o motociclismo foi um pulo. Mas Lo Turco tomou um caminho diferente. Ávido por conhecer outras culturas, o brasileiro foi morar na Inglaterra no início dos anos 2000, onde trabalhou como motoboy por quatro anos.

Como quem não quer nada, Lo Turco começou a disputar as categorias de base do competitivo Campeonato Britânico de Superbike (BSB), que serviu de base para a criação do WorldSBK. E assim, ele conquistou o título da série “British TTC Champ” em 2009 e do “Hottrax Superbike” em 2012.

Lo Turco foi considerado bom o bastante para ingressar na classe principal do BSB entre 2014 e 2016 frequentada por caras como Shane Byrne e Josh Brookes. Sua moto, sempre nas cores da bandeira brasileira, chamava a atenção dos ingleses. Em 2016, fizemos uma ótima entrevista com Rhalf que você pode ler aqui.

Eric Granado – 13 vitórias na MotoE, com passagens pela Moto3, Moto2 e WorldSBK

Nos últimos anos, o nome mais prestigiado do motociclismo brasileiro foi Eric Granado. Nascido em São Paulo em 1996, Granado começou nas minimotos antes de se destacar nas categorias de base do Superbike Brasil, onde vencia de forma tão acachapante que as corridas tornavam-se monótonas.

Granado impressionava tanto que seu staff pessoal resolveu levá-lo para competir na Moto2 em 2012, então frequentada por nomes como Marc Márquez, Andrea Iannone e Pol Espargaró. Mas, com apenas 16 anos, o passo foi claramente maior que a perna e ele terminou o ano com zero pontos.

Eles decidiram recuar para a Moto3 nos dois anos seguintes, mas mesmo a categoria iniciante era extremamente difícil e competitiva, com Granado somando apenas 9 pontos no período. Granado permaneceu na Europa onde, em 2017, tornou-se campeão do campeonato espanhol, que lança os melhores pilotos para o Mundial.

Nos últimos anos, Granado manteve-se no Mundial graças à uma sólida participação na cateogoria de motos elétricas MotoE, onde conquistou 13 vitórias, 13 poles e 27 pódios entre 2019 e 2025. Nesse meio tempo, também correu no Brasil e no WorldSBK, adquirindo muita experiência internacional.

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