O diretor da equipe Ducati de MotoGP, Davide Tardozzi comentou sobre os problemas vividos por Pecco Bagnaia, que vive uma crise de confiança enquanto não consegue vencer o seu novo companheiro, Marc Márquez.

Enquanto Márquez parece em sintonia com o modelo Desmosedici GP25, dominando seus oponentes e recuperando a liderança do Campeonato Mundial, Bagnaia ainda não se achou, tendo deixado o GP da França com duas quedas e zero pontos.
Bagnaia se queixa principalmente de falta de confiança na dianteira, além de estranhar o comportamento do freio motor em algumas oportunidades. “Assim que aplico pressão e freio em alta velocidade nas curvas, percebo que a roda dianteira está prestes a escorregar. Isso me limita enormemente”, admitiu. “Marc poderia ser competitivo com um trator. Para mim é diferente; preciso de uma certa sensibilidade em relação à moto, especialmente ao pneu dianteiro.”
Os leitores perguntam repetidamente por que Bagnaia simplesmente não volta ao modelo do ano anterior como Alex Márquez ou Fermín Aldeguer e coloca a GP25 de lado. Há, no entanto, certas restrições quanto à liberdade de fabricantes, equipes e pilotos.
“Após o término do campeonato de 2024, levamos a moto de 2025 para o teste seguinte em Barcelona”, explicou o gerente da equipe Ducati, Davide Tardozzi, ao Speedweek.com. “Os pilotos deram seu feedback a Gigi Dall’Igna e aos outros engenheiros, mas eles não concordaram com o motor completo de 2025. Eles nos disseram em quais aspectos o novo motor era melhor e pior. Então, Gigi e os engenheiros o modificaram durante o inverno e tivemos essa especificação homologada para 2025.”

“Pecco poderia usar tudo da moto de 2024, exceto o motor e o pacote aerodinâmico”, explicou Tardozzi. “Podemos homologar o que quisermos. Mas uma vez homologado, não poderá ser alterado para a temporada atual.” Esta decisão foi mais importante este ano; como haverá um novo regulamento em 2027, o desenvolvimento dos motores foi congelado até o final de 2026 por razões de custo.
Isso significa que Bagnaia não pode pegar a GP24 completa de volta, como faz a equipe Gresini. Apenas Honda e Yamaha estão excluídas disso pois, devido ao seu mau desempenho em 2024, têm concessões de regulamento, o que lhes dá mais liberdade para modificar as motos.
Mas Tardozzi insiste que a moto atual é boa e que o problema é o próprio Bagnaia: “A máquina de 2025 é um pequeno desenvolvimento da de 2024. Estamos confiantes de que ela é melhor. O nível deste ano aumentou mais do que o Pecco melhorou. Ele precisa melhorar mais e acredito que ele tem esse potencial. Até agora, ele não conseguiu colocar tudo na cabeça”, acredita.
Tardozzi também fez elogios ao seu piloto: “Em algumas pistas ele foi mais rápido que no ano passado. Trabalhamos duro para lhe dar confiança nos momentos que ele descreve. Ele sempre foi o melhor nos freios e nas entradas de curva. Conhecemos os dados e sabemos onde ele está. Ele sente falta dessa habilidade, e estamos trabalhando para devolvê-la a ele. Se tivermos sucesso, ele lutará com Marc – estamos absolutamente convencidos disso.”