Lucas Carioli Em novembro do ano passado, o Grupo Pierer Mobility AG, proprietário das marcas KTM, Husqvarna e GasGas adquiriu uma participação de 25% da MV Agusta. Mas os austríacos querem mais, ter o controle total da fabricante italiana.
Em uma entrevista a uma revista italiana, o membro do conselho da Pierer Mobility AG, Hubert Trunkenpolz deixou escapar os planos com a frase “assim que tivermos a maioria na empresa…”. Ou seja, aumentar a sua participação de 25% para, pelo menos, 51%.
Questionado especificamente sobre isso mais tarde, Trunkenpolz não negou: “É verdade que eu disse isso. Nossa participação será aumentada ao longo do tempo, os acionistas apenas concordaram em não divulgar o cronograma para isso“, explicou.
“Queremos investir pesadamente na fábrica de Varese nos próximos dois anos. Mas primeiro temos que trabalhar na rede de vendas e comercialização e desenvolver um negócio que seja sustentável. E como parece hoje, infelizmente, a MV Agusta não pode existir sozinha”, alertou.
Trunkenpolz ainda fez outras revelações interessantes. Das possíveis 12.000 motocicletas por ano que poderiam ser produzidas na fábrica principal de Varese, segundo o executivo, apenas 1.000 unidades no total foram produzidas em 2022.
“Queremos trazê-los para a capacidade total o mais rápido possível. Isso requer investimentos e pessoas, não demissões“, continuou Trunkenpolz, que garante a permanência da MV Agusta como uma legítima marca italiana. “A marca é uma joia, merece mais visibilidade e cuidaremos dela no devido tempo.“
A trajetória da MV Agusta sofreu um novo baque em fevereiro de 2022 com a eclosão da Guerra na Ucrânia. Embora não diga abertamente, o CEO russo, Timur Sardarov pode estar sofrendo com as sanções econômicas impostas à Rússia, já que antes os negócios pareciam estar indo de vento em popa.
