Nessa quarta-feira (1ª) completamos exatos 30 anos sem Ayrton Senna, um dos maiores pilotos de corrida de todos os tempos. Como todo bom homem, Senna gostava de motos e teve contato com várias. Veja aqui algumas delas.
Nascido em 21 de março de 1960, filho de uma família de empreendedores bem sucedidos, Senna poderia ter sido, desde o início, um empresário de sucesso. Mas essa vida era chata demais para ele, que preferia sujar as mãos de graça e acelerar karts como se não houvesse amanhã.
Seguir carreira no automobilismo internacional significava deixar o Brasil. E, no inicio dos anos 1980, Senna teve que se mudar para a Europa para dar prosseguimento ao seu sonho. Isso o fez ter contato com muitos carros e motos que nunca viriam a ser disponibilizados por aqui.
Em 1986, por exemplo, a italiana Vespa estava patrocinando o Mundial de Fórmula 1 e dava, como prêmio uma unidade para quem fizesse a pole position em cada etapa. Rei das poles, Senna não teve dificuldades em levar sete delas para casa graças a sua performance com a Lotus-Renault.
A fase na McLaren-Honda naturalmente o aproximou da marca da asa e Senna teve contato com diversas preciosidades que nunca seriam vistas aqui. É o caso do lançamento da primeira CBR 600 (chamada de Hurricane nos EUA) em 1988.
De volta ao Brasil, Senna também tinha acesso aos mais recentes lançamentos da Honda, como é o caso da NX 150, sucessora da XL 125S, que trazia como novidade a partida elétrica. O então piloto da McLaren teve uma assim que ela saiu em 1989.
O mesmo aconteceu com a Honda NX 350 Sahara (acima), que chegou para substituir a XLX 350 e trazia um visual “desértico”, semelhante ao de suas irmãs maiores, NX 650 Dominator e a primeira geração da Africa Twin. Ambas não vieram ao Brasil naquela época.
Na Europa, Senna também teve contato com outros modelos (embora nem todos fossem de sua propriedade), como a Honda VT250 (ou Spada MC20), modelo fabricado entre 1988 e 1989 principalmente na Ásia, Austrália e Nova Zelândia.
Mas se teve uma fabricante com que Senna realmente se identificou, sem ter ligações com o trabalho, foi a Ducati. O piloto ganhou de presente uma Ducati 851, uma das superbikes mais excitantes da época, campeã do WorldSBK em 1990 com Raymond Roche.
Senna também foi visto pilotando uma Ducati Monster 900 em 1993, considerada a primeira naked da era moderna (acima). E não ficou só nisso. O piloto conhecia pessoalmente os irmãos Castiglioni (na época a marca pertencia à MV Agusta) e eles trataram de fazer uma colaboração.
Em abril de 1994, pouco antes de embarcar para Imola, Senna teve uma reunião com os irmãos Castiglioni onde foi acordado fazer uma versão especial da Ducati 916, recém lançada. Nascia assim a “Ducati 916 Senna”, que ele nunca chegaria a conhecer de perto.
Fabricada entre 1995 e 1998 em tiragens limitadas, a Ducati 916 vinha com a exclusiva pintura em cinza chumbo metálico com rodas vermelhas e os melhores componentes disponíveis na época. Hoje é peça de colecionador e quando uma aparece a venda em leilão, vira notícia, como é o caso dessa aqui.
No aniversário de vinte anos da sua morte, em 2014, a Ducati repetiu o gesto, dessa vez com a 1199 Panigale S Senna, uma evolução da própria Ducati 916. Parte da renda foi destinada para as ações filantrópicas do Instituto Ayrton Senna.
E não foi só a Ducati quem homenageou Senna. A própria MV Agusta fez a sua versão, primeiro com a F4 750 em 2002 e depois novamente com a F4 1000 em 2006. Em ambas, o esquema de pintura era muito parecido, um cinza chumbo com aspecto de titânio combinado com detalhes vermelhos.
É compreensível. Passados 30 anos de sua morte, Senna deixou de ser um humano. Virou um mito, uma marca, um símbolo de qualidade e de performance, como poucas vezes foi visto em um personagem brasileiro. Quem não quer tirar uma casquinha?






