A Pierer Mobility, empresa que gerencia as marcas KTM, Husqvarna e GasGas anunciou hoje (26) que está entrando com um pedido de insolvência para sair da crise que se revela cada vez mais profunda.
O pedido de insolvência é um processo judicial pelo qual uma pessoa física ou jurídica declara oficialmente que não tem condições de arcar com suas obrigações financeiras perante a um juiz. A insolvência civil costuma ser requerida pelo próprio devedor.
Em linhas gerais, a principal diferença entre o pedido de insolvência e o pedido de falência é que no primeiro caso a atual gestão da empresa permanece no cargo e em condições de agir, enquanto no segundo é retirada de cena e os ativos da empresa postos a venda para quitação das dívidas.
De acordo com a imprensa alemã, que está acompanhando o caso de perto, as negociações entre a KTM e o seu principal acionista, os indianos da Bajaj Auto, sobre o financiamento provisório urgentemente necessário, foram interrompidas.
Na segunda-feira (25), a empresa abordou seus credores com um pedido para prolongar o vencimento de quase 250 milhões de euros (mais de R$ 1,6 bilhão) de seus passivos e negociar um plano de reorganização dentro de um prazo de 90 dias.
Os resultados da notícia já começaram a se refletir nas ações: queda de 45%, o que marca a maior queda em um único dia na história da Pierer Mobility, agravando suas perdas acumuladas no ano para 84%, de acordo com o site investing.com.
‘Ao longo das últimas três décadas, crescemos até nos tornarmos o maior fabricante de motocicletas da Europa. Inspiramos milhões em todo o mundo com os nossos produtos. Agora estamos a fazer uma parada para preparar o futuro. A marca KTM é a obra da minha vida e irei lutar por ela“, disse o CEO Stefan Pierer na página da Pierer Mobility no Linkedin.
Os problemas financeiros da KTM se tornaram aparentes no primeiro semestre desse ano, quando foram publicados os primeiros resultados comerciais negativos em mais de uma década, resultado de uma produção agressiva combinada com uma retração do mercado europeu.
Como consequência, mais de 1500 funcionários já foram demitidos e a maior parte da produção movida para a Ásia. Além disso, Stefan Pierer já promoveu uma reformulação total no Conselho Administrativo, onde permanece como Presidente e CEO ao lado de Gottfried Neumeister.