O diretor da Ducati se mostrou surpreso com a notícia de que a Dorna estaria trabalhando para dar concessões à Honda e a Yamaha. As duas marcas se tornaram as piores motos da MotoGP, mas não poderiam ter os privilégios com o regulamento atual.
Carlos Ezpeleta, filho do CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta e diretor esportivo da empresa revelou a uma rádio espanhola que eles estariam trabalhando para ajudar a Honda e a Yamaha a receber as “concessões” dadas às piores equipes do campeonato.
Essas concessões permitem que as fabricantes possam dispor de uma série de benefícios, como testes ilimitados, além de mais motores e pneus disponíveis. Mas, para consegui-lo, elas não poderiam ter nenhum pódio na temporada anterior, algo que Honda e Yamaha já têm.
“Estamos trabalhando para poder ajudar não só a Honda mas também a Yamaha para que possam voltar a ser competitivas mais rapidamente. No passado, a Honda e a Yamaha foram muito atenciosas com a regra da concessão“, disse Ezpeleta à Catalunya Radio.
Mas Paolo Ciabatti, o diretor esportivo da Ducati se mostrou surpreso com a notícia: “não recebemos nenhuma proposta. Parece que eles discutiram primeiro com os jornalistas do que com as fábricas“, disse quando questionado sobre o assunto pelo site italiano GPone.
“Estamos dispostos a avaliar uma proposta com espírito colaborativo quando houver, mas alguns pontos devem ser considerados“, esclarece Ciabatti, lembrando que essas decisões precisam ser avaliadas em conjunto pela Associação das Fabricantes, a MSMA.
“Não é bom fazer uma mudança sem obter o acordo da maioria das fábricas. Devemos ter em mente que quem não fez o seu trabalho como os outros não deve se beneficiar. Queremos uma proposta bem detalhada e precisa que seja justa. Quem fez bem não deve ser penalizado, a meritocracia deve ter valor no MotoGP“, deixou claro Ciabatti.
Introduzida em 2016, a regra das concessões surgiu como uma forma de estimular a participação das fábricas recém chegadas na MotoGP, como Suzuki, KTM e Aprilia. Os japoneses perderam o direito em 2017, os austríacos em 2021 e os italianos em 2023. Com o regulamento atual, nenhuma marca se beneficiaria dos privilégios em 2024.