Lucas Carioli A Ducati precisou tomar uma séria decisão durante os testes na Tailândia: continuar com o novo motor de 2025 ou voltar ao motor que encerrou a temporada 2024. Depois de hoje, não será mais possível voltar atrás até 2027.
Conforme ficou combinado na última reunião entre as fabricantes sobre o regulamento de 2027, o desenvolvimento dos motores fica congelado pelas próximas duas temporadas, 2025 e 2026. Os testes na Tailândia foram a última oportunidade que elas tiveram de refinar os motores de 1000cc antes da chegada dos 850cc.
A Ducati, como todos os anos, trouxe um motor novo para os testes de Sepang e Buriram. Mas, apesar de ter sido considerado “muito suave”, o novo engenho não agradou completamente Pecco Bagnaia, Marc Márquez e os engenheiros, que tomaram a decisão conjunta de permanecer com a especificação de 2024.
“A Ducati estava muito ciente de que a moto de 2025 – e estou falando especificamente do motor – teria que ser muito melhor que a de 2024, porque a homologação será válida por dois anos e você não pode correr riscos”, disse Márquez.
“A GP24 foi testada durante um ano inteiro, em todos os circuitos, é uma moto que atingiu uma boa base, enquanto a GP25 parece um pouco mais radical”, explicou. “Ela pode te dar algo mais em alguns lugares e sofrer em outros, então continuaremos com a base de 2024, não vamos arriscar.”
A base da decisão da Ducati foi o próprio desempenho da GP24 em suas equipes satélite. Em Sepang, Alex Márquez (Gresini) foi capaz de acompanhar a GP25 tanto em ritmo de classificação quanto de corrida. O mesmo aconteceu com Franco Morbidelli (VR46 Ducati).
“Construir um motor melhor que o de 2024 é difícil”, disse Bagnaia. “Devo admitir que tenho mentido um pouco nos últimos dias. Desde o início estava convencido que o motor de 2024 era melhor. Tentamos melhorar a frenagem com o novo motor, mas não tivemos sucesso. Então trabalhamos muito com o 2024 aqui e percebemos que ainda há espaço para melhorias, o que é ótimo.”
Não é a primeira vez que a Ducati toma uma decisão parecida. Nos testes de 2022, Bagnaia também se queixou do motor, preferindo ir para a temporada com uma especificação com partes de 2021. Jorge Martin, Johann Zarco e Luca Marini foram com o motor novo. Resultado: Bagnaia ganhou o seu primeiro título e nenhum dos demais venceu nenhuma corrida.
