Johann Zarco explicou os motivos que o levaram a decidir rescindir o seu contrato com a KTM um ano antes do seu vencimento. O francês disse que não viu evoluções na motocicleta e correr apenas pelo dinheiro não é suficiente.
Zarco surpreendeu a MotoGP na segunda-feira (12) ao anunciar que deixará a KTM ao final da temporada, depois de ter sido contratado para liderar a equipe. Em entrevista ao jornal francês L’Equipe, o piloto de 29 anos explicou como comunicou sua decisão aos patrões.
“Fui ver meu chefe no sábado à tarde depois de uma longa reflexão. Durante oito meses fizemos o máximo [para melhorar a moto] e não demos o menor passo em frente, então a situação é complicada“, contou Zarco. “É a minha paixão e a sensação que tenho é de que não posso chegar [onde eu quero]. Ficar sistematicamente triste pela moto, não é suportável. É por isso que decidi seguir outro caminho porque não quero continuar pilotando assim“, explicou.
Nem o salário de 2 milhões de euros por temporada foi suficiente para aplacar sua infelicidade com a moto: “Continuar com o bom salário oferecido pela KTM, correr apenas por dinheiro seria como não me respeitar. E isso não é possível. Eu quero lutar por pódios”, admite.
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Apesar dos rumores de uma discussão acalorada, Zarco afirma que a KTM compreendeu seus motivos: “A maneira como conversei com a KTM foi franca e sincera, acho que eles gostaram da minha maneira de fazer as coisas e respeitaram a minha decisão, embora tenham ficado um pouco surpresos. Mas não posso sair dessa dificuldade.
O bicampeão da Moto2 se mostra muito frustrado com a falta de progresso no desenvolvimento da moto: “Foi o meu discurso no início do ano: ‘será melhor na próxima corrida, encontraremos soluções’. Mas, desde aquele momento até agora, mais da metade da temporada já passou“, desabafa. “Foi preciso tomar uma decisão, também devo me abrir para outras oportunidades, mesmo que elas não estejam presentes no momento e pareçam estar todas fechadas até 2020“, reconhece.
E a possibilidade de não encontrar um lugar para correr é plenamente reconhecida por Zarco, que não descartar tirar um ano sábatico em 2020. O francês explicou que a foi seu antigo empresário Laurent Fellon quem o colocou na KTM, embora não se arrependa da decisão.
“É passado, é inútil se arrepender. É uma escolha que eu assumi, como assumo o que estou fazendo agora. Era uma ótima aposta, mas teria sido mais fácil se ele tivesse uma opção B“, reconhece. “Mas enquanto lutava pela KTM, não era possível obter um contrato em outro lugar. Não tinha representante e não tinha tempo… eu trabalho talvez com muita honestidade nesse ambiente, mas é assim“.
Apesar de tudo, Zarco garante que segue comprometido com a KTM até o final do ano: “Farei o melhor trabalho possível para a KTM, mantenho-me concentrado. Não tenho nada contra eles, ainda é minha equipe até o final da temporada“, garante. O seu destino e o seu substituto para 2020 é a grande pergunta do momento na MotoGP.