Lembra-se quando dissemos que a Yamaha poderia lançar uma versão carenada da MT-07 em breve? Agora apareceram documentos de emissões norte-americanos contendo a sigla YZF-R7 para 2022.
São, na verdade duas siglas: YZF-R7NCB e YZF-R7NCL, o que sugere duas versões diferentes da mesma motocicleta. Os documentos vêm do Conselho de Emissões da Califórnia (CARB) responsável por avaliar os índices de emissões dos veículos que circulam nos Estados Unidos.
As informações disponíveis são escassas, mas o relatório de emissões da nova YZF-R7 é idêntico aos do motor 2021 da MT-07, com saídas semelhantes de monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. O peso também está listado como sendo o mesmo da naked bicilíndrica.
Com a saída de linha da YZF-R6 na Europa e a América do Norte (disponível apenas em uma versão para as pistas que não pode ser emplacada), a Yamaha está definitivamente desenvolvendo uma substituta que utiliza o mesmo motor e quadro da MT-07, talvez o maior sucesso da marca dos diapasões na última década.
Seu motor de dois cilindros em linha e 689 cm³, que utiliza virabrequim “crossplane”, com intervalos de explosão dos pistões a cada 270º, já está atualizado para o padrão Euro5 e produz 74,8 cv a 8.750 rpm e 6,9 kgf.m de torque a 6.500 giros, o suficiente para mais de 200 km/h.
Versátil, a MT-07 já deu origens a outros modelos. O primeiro foi a Yamaha Tracer 700 (hoje chamada de Tracer 7), que concorre com a Kawasaki Versys 650 e Honda NC750X. Mais recentemente, a plataforma deu origem à trilheira Ténéré 700. Ambas ainda estão indisponíveis no Brasil.
É perfeitamente viável, portanto, a criação de uma versão carenada da MT-07. Ainda que a venha a ocupar a lacuna deixada pela antiga R6, sua função seria bem diferente. Enquanto a antecessora era uma supersport derivada das pistas, a nova motocicleta provavelmente será mais orientada para o estilo sport-touring.
O mais curioso, no entanto, é que a sigla YZF-R7 já foi utilizada antes e batizou uma superbike de 750cc (chamada de OW02) e altíssimo desempenho homologada para as 8 Horas de Suzuka de 1999. Não seria a primeira vez que a marca dos diapasões recupera antigos nomes para novos fins.
O fato de já ter seus índices de emissões disponíveis no governo norte-americano sugerem que a motocicleta já existe e pode estar até pronta. Discreta, como todas as japonesas, a Yamaha não disse uma palavra sobre isso até o momento. O seu lançamento deve acontecer no final do ano.