Cinco anos depois do aparecimento de sua atual geração, está chegando a hora de a Yamaha atualizar a sua principal superbike uma maneira geral. O que podemos esperar do próximo modelo da Rainha?
Muita coisa mudou desde novembro de 2014, quando Valentino Rossi e Jorge Lorenzo subiram ao palco do Salão de Milão para apresentar a nova Yamaha YZF-R1 e YZF-R1m. A começar pelos dois pilotos, que hoje já não são mais companheiros de equipe na MotoGP.
De lá para cá, o segmento das superbikes cresceu em número e em sofisticação. Se na época uma motocicleta de 200 cv era algo assombroso, hoje passou a ser algo quase corriqueiro, para não dizer pouco, como bem sentiu a Honda ao atualizar a CBR 1000RR Fireblade em 2016.
Mas o principal motivo para esperarmos uma nova geração da YZF-R1 não é a concorrência e sim as leis ambientais. Em 2020, começa a valer em todo o território europeu um novo conjunto de normas antipoluição ainda mais severas e restritivas aos motores à combustão interna.
Isso afeta diretamente a R1, concebida para ser comercializada durante a vigência do Euro4, que ainda será válida por algum tempo, mas não muito mais. Por isso, a marca dos diapasões terá que fazer modificações no motor de quatro cilindros em linha se quiser continuar vender a superbike em território europeu e também norte-americano, onde as exigências ambientais são parecidas.
Alguns têm sugerido que já é hora de uma mudança radical, como a introdução de um V4 completamente novo. Entretanto, o que se comenta é de que a Yamaha deverá manter a arquitetura de quatro cilindros em linha com virabrequim de fluxo cruzado. Outras modificações importantes, no entanto, seriam introduzidas.
Embora todos em Iwata estejam silenciosos sobre o assunto, existe a possibilidade de que o novo motor tenha um sistema próprio válvulas variáveis, assim como o novo “ShiftCam” da BMW S1000RR. O recurso, que está sendo estudado também por Honda e Suzuki permite que o torque máximo esteja disponível ao piloto desde as mais baixas rotações, o que não acontece de outra maneira.
A chegada da impressionante Ducati Panigale V4, com seu motor derivado da Desmosedici GP15 de MotoGP também está pressionando a Yamaha a disponibilizar mais de sua tecnologia das pistas para as ruas. A imprensa espanhola está apostando, por exemplo, na chegada de um virabrequim contra rotativo, solução que reduz o efeito do wheelie e melhora a aceleração, hoje disponível apenas na máquina italiana.
Outra introdução significativa seria uma caixa de câmbio seamless (sem costuras), outro recurso vindo diretamente da MotoGP. Essa tecnologia, que já foi devidamente documentada aqui reduz consideravelmente o tempo perdido nas trocas de marcha, possibilitando uma aceleração sem interrupções e um ganho estimado de 7% em relação a uma transmissão convencional.
O único porém que impede a disseminação da caixa de câmbio seamless é a sua manutenção constante. Na MotoGP, com sua utilização intensa, os mecânicos precisam desmontar o câmbio inteiro ao final de cada dia a fim de ajustar milimetricamente todo o mecanismo e garantir uma operação confiável durante todo o fim de semana. Algo naturalmente impensável de ser feito em um modelo de produção.
Por último, mas não menos importante: a R1 está completando 20 anos de produção em 2019, motivo mais do que suficiente para uma celebração gloriosa ao final do ano. Além disso, a nova geração pode ser o impulso que falta à Yamaha para brigar pelo título no Mundial de Superbike, um certamente que tem crescido em importância na mente dos japoneses. O tempo dirá e não demorará muito.