Um customizador norte-americano realizou um trabalho de tirar o chapéu em uma Yamaha XJ750 Maxim. Além de ser inteiramente refeita, a motocicleta fabricada em 1982 recebeu um turbocompressor, o que levantou a potência para mais de 200 cv.
Embora seja conhecida no Brasil apenas por dois modelos, XJ6N e XJ6F, a série XJ da Yamaha é muito antiga e composta por diversas outras versões no exterior, variando entre 400 e 1000 cilindradas, desde o seu surgimento no começo dos anos 1980.
É o caso dessa XJ750 Maxim 1982, até hoje a primeira e única motocicleta de seu proprietário, Derek Kimes. O norte-americano é relativamente novo no mundo das motos customizadas. Depois de servir oito anos na Marinha dos EUA, ele deixou as praias de San Diego e mudou-se para Atlanta para se formar em engenharia.
Para custear os estudos, Kimes precisou trabalhar e logo descobriu que uma conhecida loja e oficina mecânica localizada nas proximidades seria uma ótima oportunidade de unir o útil ao agradável: ganhar dinheiro e mexer em motos. O estudante logo entrou em contato com o dono, Bryan Fuller.
“Minha poupança estava acabando e eu precisava de um emprego de meio período. Enviei um e-mail para Bryan e, para minha surpresa, ele respondeu”, relembra Kimes. “Comecei a trabalhar, varrendo o chão, tirando o lixo e fazendo pequenas tarefas para ajudar os caras da loja“.
Kimes passava um bom tempo na loja, inclusive depois do expediente. Foi quando tomou a decisão de revitalizar a sua XJ. “A comprei completamente original em 2005“, relembra. “Já gostava dela assim, mas queria melhorá-la“. O que ele tinha em mente era deixar a moto como a XJ750R (0U28), que a Yamaha preparou para as 8 Horas de Suzuka de 1984.
A ideia era deixá-la com aparência de época, mas com desempenho atualizado. A primeira medida foi se desfazer do motor original pelo de uma XJ900 de 1983, que recebeu pistões forjados, taxa de compressão elevada, corrente de comando de uma FZ750 e válvulas de titânio da Kibblewhite.
Os carburadores também foram aposentados, mas não foi fácil colocar uma injeção eletrônica: “Existem literalmente quilômetros de fios, então a instalação foi um verdadeiro desafio“, disse Kimes. “Eu tive que adicionar uma bomba de combustível, filtros de combustível e uma dúzia de sensores. Levou tempo, mas consegui direcionar o sistema de forma que ele ficasse escondido na moto“.
O turbocompressor Borg Warner S1BG é a cereja no bolo. Com combustível especial, a motocicleta pode chegar a 200 cv de potência. Mas esse não era a maior preocupação de Kimes: ”Eu queria que a moto parecesse projetada originalmente para ser turbinada. Você vê tantas motos com o turbo suspenso, ou amarrado ao motor”, desaprova.
Em 1983, a Yamaha fez sua próprio XJ Turbo, a XJ650 Seca. E sua bomba de óleo tinha uma “porta de limpeza”, projetada para sugar o óleo do turbo de volta para o motor para evitar o acúmulo de óleo. Como era de se esperar, a peça serviu como uma luva para a agora renomeada XJ900 de Kimes.
Na ciclística, a motocicleta recebeu os garfos de uma Yamaha R6 2015 e um amortecedor de direção Öhlins ajustável. As rodas de 17 polegadas possuem pneus Metzeler Racetec RR K2, enquanto os freios vieram de uma FZ1 na dianteira e de uma FZR1000 na traseira. Os corpos do acelerador são de uma Suzuki GSX-R600 2003.
A carenagem inspirada na XJ750R de 1984 foi feita sob medida. A rabeta é inteiramente personalizada e acomoda o assento, estofado em Alcântara e couro preto. O trabalho de Kimes ficou estonteante, um raro caso onde o brilho mecânico é acompanhado por um olhar atento à estética. Até a Yamaha dos anos 80 ficaria orgulhosa com o resultado.
Fonte | Bike Exif
Fotos | Steve West/Instagram