Lucas Carioli
Você já ouviu falar do câmbio seamless ou “sem costuras”? Essa poderosa inovação que surgiu na MotoGP poderá ser vista nas ruas e estradas nos próximos anos, já que a Yamaha apresentou um pedido de patentes para incorporar o sistema em sua YZF-R1.
Introduzida pela primeira vez na Honda de Casey Stoner em 2012, a caixa de câmbio seamless permite que o motor mantenha um fluxo constante de potência atingindo a roda traseira mesmo quando o piloto está no meio de uma troca de marchas.
Você pode pensar que os quickshifters disponíveis em várias motocicletas já fazem esse trabalho, mas não. Na realidade, o acionamento é feito de forma eletrônica, mas eles ainda desconectam momentaneamente a transmissão durante as trocas de marcha.
Na transmissão seamless, duas engrenagens são acionadas brevemente ao mesmo tempo, de modo que a unidade é transferida de uma para a outra sem qualquer interrupção. É esse sistema que vemos no desenho da Yamaha registrado ao lado, incrivelmente complexo a menos que você seja um especialista no assunto.
Nas motos de rua atuais, apenas as transmissões CVT usadas pelos scooters e o sistema de dupla embreagem da Honda (DCT), dos modelos VFR1200F, NC750X, África Twin e X-ADV permitem uma troca de marchas realmente sem perdas de potência. Entretanto, seu acionamento acontece através de botões nos punhos e para fins de conforto.
O projeto da Yamaha evita o peso extra do sistema DCT, mantendo a troca de marchas em sua posição habitual no pé. Além disso, oferece ganhos comprovados de tempo por volta a pilotos ocasionais e profissionais, colocando a YZF-R1 um passo à frente das concorrentes.
É claro que a descoberta desse desenho não é uma garantia de seu aparecimento a curto prazo, mas definitivamente demonstra para onde a Yamaha está mirando. E mais do que isso, abre a possibilidade de que o sistema seja introduzido no Mundial de Superbike, o que realmente seria um grande impulso para levar a marca à disputa pelo título.
