Disposta a voltar às vitórias, a equipe Yamaha está repensando todo seu projeto de MotoGP, principalmente a moto, que pode abdicar do icônico motor de quatro cilindros em linha “crossplane” em prol de um V4.
De acordo com um informante ao site Motorsport, o projeto não só está no caminho certo, mas avançando em ritmo acelerado e pode ser colocado na pista antes da introdução do novo regulamento técnico da MotoGP, previsto para estrear em 2027.
Eles acham que a mudança é influenciada por Luca Marmorini, engenheiro italiano contratado em 2022, que já trabalhou na Fórmula 1 com a Ferrari e a Toyota e mais recentemente na equie Aprilia. Não por acaso, a moto italiana é uma verdadeira cópia da Ducati.
Outro engenheiro contratado como diretor técnico no início do ano é Max Bartolini, antigo braço direito de Gigi Dall’Igna na Ducati. Na semana passada, eles também anunciaram outro italiano, Paolo Pavesio, como substituto de Lin Jarvis a partir de 2025.
O motor de quatro cilindros em linha tem sido a “espinha dorsal” da Yamaha em toda a era MotoGP, de quatro tempos, que se iniciou em 2002. Inicialmente, o propulsor não conseguia competir no mesmo nível do V5 da Honda RC211V, grande dominadora nos primeiros anos.
Depois, com a introdução do virabrequim “crossplane” em 2004, as vitórias começaram a chegar, primeiro com Valentino Rossi, depois com Jorge Lorenzo e Fabio Quartararo, último campeão em 2021. Mas de lá para cá, a “M1” não está mais conseguindo acompanhar o ritmo da Ducati.
Uma das causas apontadas é a arquitetura do motor, que tem muita potência em altos giros, mas não responde como um V4 em baixas e médias rotações, além de ser mais largo. A introdução de um quatro cilindros em V possibilitaria a criação de uma moto mais estreita.
Esse, no entanto, não seria o primeiro V4 da Yamaha. Nos anos 1980, a marca dos diapasões utilizava um nas 500cc de dois tempos e foi extremamente bem sucedida, tendo sido campeã com Eddie Lawson (1984/1986/1988) e com Wayne Rainey (1990/1991/1992).
Em 2027, os motores de MotoGP terão um limite máximo de 850 cm³ de cilindrada, uma medida para conter a velocidade máxima e reequilibrar as forças no campeonato, além de rodar com combustíveis sintéticos, 100% livres de petróleo e seus derivados.