A Yamaha revelou no Japão, esse mês, um novo motor V8 movido a hidrogênio desenvolvido em parceria com a Toyota, que pode indicar o futuro dos motores a combustão nos próximos anos.
O protótipo, baseado no motor de 5 litros do Lexus RC F, passou por diversas modificações pelos engenheiros da Yamaha, como nos bicos injetores, cabeçote, coletor de admissão, câmara de combustão e muito mais. A potência final é de 455,5 cv e 55,1 kgfm de torque, liberando quase que apenas água como emissões.
“Os motores a hidrogênio têm potencial para serem neutros em carbono, mantendo viva a nossa paixão pela combustão interna“, afirma o Presidente da Yamaha, Yoshihiro Hidaka. “Juntar-se a empresas com diferentes áreas de especialização, bem como aumentar o número de parceiros, é como queremos liderar o caminho.”
No final do ano passado, a Yamaha anunciou, juntamente com a Kawasaki, Toyota, Subaru e Mazda, que estavam explorando maneiras de desenvolver motores movidos a hidrogênio para aplicações em duas e quatro rodas. Mas trocar a gasolina pelo elemento químico não é tão simples quanto parece.
Uma das grandes mudanças que devem ser feitas é a adoção da injeção direta, que consiste em esguichar o combustível direto para a câmara de combustão, que é pressurizada. Mas a Kawasaki já resolveu isso com uma versão de injeção direta de gasolina (PDI) da sua Ninja H2.
A Ninja H2, inclusive, está em ótima posição para receber uma versão à hidrogênio. Devido à necessidade de uma relação ar/combustível mais forte, os motores a hidrogênio precisam de mais ar do que os aspirados a gasolina – quase três vezes mais. Um motor sobrealimentado consegue isso comprimindo o ar antes de alimentar os cilindros.
“Comecei a ver que os motores que usavam apenas hidrogênio como combustível tinham características de desempenho muito divertidas e fáceis de usar”, garante Hidaka. “Os motores a hidrogênio têm uma sensação inatamente amigável que os torna fáceis de usar, mesmo sem recorrer a auxílios eletrônicos de direção“.
“Todo mundo que veio para o test-drive saiu com um grande sorriso no rosto no final. Enquanto assistia isso, comecei a acreditar que há realmente um enorme potencial nas características exclusivas dos motores a hidrogênio, em vez de simplesmente tratá-lo como um substituto para gasolina.”