Conforme anunciado, a Yamaha apresentou hoje (18) todos os detalhes da YZF-R7, nova esportiva média da marca dos diapasões. Com a mesma mecânica da MT-07 e personalidade própria, a motocicleta espera conquistar os órfãos da finada R6.
Quem acompanhava o motociclismo nos idos de 2009, 2010 conhece a reputação da YZF-R6. A supersport era praticamente uma R1 em miniatura, dotada de um motor de quatro cilindros em linha e 599 cm³ (também usado na FZ6 e XJ6) e chassi racing que enchia de orgulho os fãs de esportivas radicais.
A R6 chegou a desembarcar no Brasil importada, o que durou pouco. No exterior, no entanto continuou firme e forte até o ano passado, vencida pelas rígidas leis de emissões ambientais. A motocicleta ainda pode ser encontrada zero, mas só pode ser desfrutada em seu verdadeiro lar, as pistas de corrida.
Mas muita coisa mudou na indústria na última década. Antes, o segmento que hoje chamamos de “naked” era composto de motocicletas esportivas sem carenagem. Hoje é o contrário: as peladas estão ganhando roupa. É o caso da nova YZF-R7, baseada no maior sucesso da Yamaha nos últimos anos, a MT-07.
É o mesmo motor de dois cilindros em linha e 689 cm³ que você encontra na YZF-R7, um engenho com ordem de disparos a 270º, mesma filosofia “Crossplane” da R1, que desenvolve 74,8 cv a 8.750 rpm e 6,9 kgf.m de torque máximo a 6.500 giros. Com os últimos ajustes feitos para o Euro5, está com uma distribuição de torque ainda mais linear em sua segunda geração.
Como se esperava, a marca dos diapasões não mexeu muito no motor recém atualizado da MT-07, mas a YZF-R7 tem suas pequenas diferenças, como dutos de admissão otimizados, escapamento com catalisadores revisados e novas configurações de injeção de combustível. Para tornar a pilotagem mais animada, a esportiva vem com uma relação mais curta e uma nova embreagem deslizante 33% mais leve na alavanca.
O chassi também é basicamente o mesmo, uma estrutura tubular do tipo diamond, com braço-oscilante de alumínio. As semelhanças, no entanto, acabam aí. Enquanto a MT-07 conta com garfos telescópicos convencionais, a R7 possui bengalas invertidas de 41 mm totalmente reguláveis, assim como o amortecedor traseiro. Os discos de freios de 298 mm têm pinças radiais Brembo ao invés de Nissin.
A geometria da YZF-R7 é a mesma da MT-07, mas com uma distância entre eixos 5 mm mais curta e um ângulo de cáster mais íngreme. A posição de pilotagem é totalmente diferente, mais esportiva, com a adoção de um semi guidão rebaixado, pedaleiras recuadas e um assento fininho. A Yamaha afirma que a moto foi concebida para ser “esportiva mas adaptável”, não criando dores nos pulsos em 20 minutos.
Mas o grande destaque da YZF-R7 é mesmo o design que, como não poderia deixar de ser, é inspirado na YZR-M1 de MotoGP. A média, no entanto, tem personalidade própria e diferencia-se pelo farol, um projetor de LED posicionado no meio da entrada de ar central, ao invés de embaixo como nas irmãs R6 e R1. O tanque comporta apenas 13 litros.
A Yamaha ainda afirmou que, graças ao motor estreito, a R7 é uma das motocicletas mais aerodinâmicas do mercado, ainda mais esguia do que a R3. Com a mesma potência da MT-07 (porém quatro kg extras), a esportiva é cerca de 20 km/h mais veloz na estrada. Os largos pneus Bridgestone Battlax Hypersport, nas medidas 120/60-17 e 190/55-17, chamam atenção.
Na parte eletrônica, a Yamaha R7 conta com uma nova ECU, mais adequada às mudanças propostas, e um painel de LCD próprio, com um display negativado de alto contraste. Um quickshifter está disponível como opcional. Devido aos atrasos atuais, a motocicleta deve chegar aos concessionários europeus apenas em outubro com duas opções de cores, preto e azul. O preço ainda não foi divulgado.