A Yamaha anunciou hoje (18) a surpreendente decisão de abandonar o Rali Dakar na qual participava oficialmente desde a primeira edição em 1979. Além disso, a marca dos diapasões também está se retirando do Mundial de Rali Cross Country.
Em seu comunicado de imprensa, a Yamaha Motor Europe, responsável pela participação da marca nesses campeonatos, explica a decisão foi tomada para atender aos clientes atuais do off-road que tem expectativas diferentes. Tanto que eles vão continuar em quatro rodas com o side-by-side, YXZ1000R SSV.
“A Yamaha tem uma longa e lendária história no Rali Dakar começando em 1979, a primeira edição, e continuando ininterruptamente na era moderna“, disse Eric de Seynes, CEO da Yamaha Motor Europe. “No entanto, apesar de ter mantido suas raízes após sair de seu lar espiritual, a África, o evento mudou drasticamente. Nossos clientes off-road agora tem expectativas diferentes e procuram produtos diferentes“, afirma.
“Por essa razão, decidimos encerrar nossa longa história em duas rodas no Rali Dakar e no Campeonato Mundial de Rali Cross Country, reforçando o nosso compromisso de correr o Dakar em quatro rodas com o Yamaha YXZ1000R SSV. O compromisso da Yamaha com os eventos de Rally Raid não terminou, mas o compromisso futuro deve ter uma ligação mais próxima com nossos clientes e aspirações, desenvolvendo ainda mais o potencial da Ténéré 700 em uma direção que lhes permita redescobrir o lado mais aventureiro dos ralis“, encerrou de Seynes.
Curiosamente, a decisão da Yamaha Motor Europe é tomada na mesma semana que a empresa apresentou a Ténéré 700 Raid, versão mais próxima possível de uma máquina que compete no Rali Dakar, com dois tanques de combustível, suspensão reforçada e uma série de acessórios para cruzar o deserto em longas distancias.
A Yamaha foi a primeira fabricante a vencer no Rali Dakar com Cyril Neveu pilotando uma XT 500 em 1979. O francês repetiu a dose no ano seguinte. Depois, a marca dos diapasões dominou a competição durante os anos 1990, com Stéphane Peterhansel arrecadando seis vitórias e Edi Orioli outra em 1997.
Desde os anos 2000, no entanto, a Yamaha não conseguiu fazer frente ao domínio da BMW e principalmente da KTM, que venceu ininterruptamente o Dakar entre 2001 e 2019, e da Honda. Na última edição, realizada no mês passado, seu principal piloto, Adrian Van Beveren chegou na quarta posição, enquanto que Andrew Short foi o oitavo.