Nesse final de semana, além da MotoGP, teremos o Mundial de Superbike, na “catedral” de Assen. E, para frear o domínio avassalador de Álvaro Bautista, essa será a primeira etapa do ano em que a Ducati terá que limitar as rotações de seu motor por imposição do regulamento. Entenda como isso funciona aqui.
No Grande Prêmio da Holanda, a Ducati Panigale V4R terá que perder 250 rpm além de não mais implementar melhorias no desempenho do motor e nas as chamadas “peças de concessão”, que incluem itens como cabeçotes, entradas de ar, etc. As motocicletas correrão na forma como começaram o ano.
Trata-se de um movimento previsto pelo regulamento que visa conter o domínio de uma fabricante. A regra foi instaurada há alguns anos para que a Kawasaki, tetracampeã consecutiva com Jonathan Rea, não vencesse todas as corridas do ano. Ironicamente, o britânico, que terminou todas as provas em segundo lugar, também terá que seus giros limitados em 250 rpm.
Por outro lado, marcas que apresentaram dificuldades e poucos resultados têm agora a oportunidade de aumentar suas rotações em 500 rpm. É o caso da Honda, que poderá esticar o conta-giros da CBR1000RR Fireblade até os 15.050 giros. Além disso, eles também estão liberados a trazer um conjunto de atualizações durante a temporada, regra que também se aplica à Yamaha e BMW, além de MV Agusta, Aprilia e Suzuki que não competem oficialmente.
A BMW foi particularmente sagaz ao manejar a situação. Ciente de que dificilmente brigariam por vitórias em seu ano de retorno oficial ao campeonato, eles optaram por começar a temporada com um motor padronizado, então seus resultados foram menos ponderados ao levar-se em conta qualquer mudança em suas rotações de motor. Se as dificuldades continuarem, por exemplo, eles poderão ganhar mais rotações depois das próximas três rodadas.
As medidas foram anunciadas essa semana pela Dorna, a entidade que promove e regulamenta tanto a MotoGP quanto o Mundial de Superbike. A expectativa é de um maior equilíbrio, mas a maioria acredita que o domínio de Bautista se deve mais a uma combinação perfeita entre piloto e moto do que em níveis de rotações. O resultado na prática veremos dentro de três dias.