O CEO da Ducati, Claudio Domenicali se mostrou muito decepcionado com Alvaro Bautista, que essa semana anunciou sua ida para a Honda no Mundial de Superbike em 2020. O dirigente disse que o espanhol deixou a equipe por dinheiro. O piloto, no entanto nega.
Domenicali, que é conhecido por ser um CEO aberto e participativo das redes sociais, publicou uma foto com Bautista do início do ano em seu Twitter. No texto, ele refere-se ao espanhol como “Bau Bau” e cita à contratação de Scott Redding em seu lugar para o ano que vem.
“Essa foto foi o começo de uma fantástica sequência de vitórias“, escreveu ele. “Agora Bau Bau diz que deixou a Ducati pela Honda quando decidimos por Scott, e não foi pelo dinheiro. Mas fizemos uma oferta com 6 zeros em dois anos e ele recusou, queria mais, nada mais. A vida é feita de escolhas“, completou.
Bautista chegou à equipe Ducati do Mundial de Superbike por influência de Carmelo Ezpeleta, chefe da Dorna. Após um começo de temporada avassalador, com 11 vitórias, o espanhol começou a perder terreno para Jonathan Rea (Kawasaki), que agora já tem 91 pontos de vantagem e pode ser pentacampeão esse final de semana, na França.
This picture was the beginning of a fantastic row of wins. Now Bau Bau says he left Ducati for Honda when we decided for Scott, and It was not for the money. But we made him an offer with 6 zero in two years and he refused, he wanted more, nothing else. Life is about choices. pic.twitter.com/nAldu7dM0W
— Claudio Domenicali (@domenicaliC) 27 de setembro de 2019
Nesse meio tempo, Bautista assinou um contato com a Honda para o próximo ano. Especula-se que a marca japonesa, que volta a contar com apoio de fábrica, ofereceu 800.000 euros ao piloto de 34 anos, o dobro do que recebeu para disputar a temporada 2019 pela Ducati.
Sobre a “oferta de seis zeros” mencionada por Domenicali não há maiores informações. Mas Bautista não ficou quieto com relação a polêmica. “Não sou um traidor, porque ainda estou lutando com a Ducati para vencer corridas“, defendeu-se.
“Foi uma série de situações um pouco estranhas que me levaram a essa decisão. Foi no mês de julho, depois da corrida de Laguna Seca“, revela Bautista. “Então a Ducati decidiu assinar com [Scott] Redding e então eu fiz a minha escolha. Se a Ducati quisesse me manter, você acha que eles não teriam feito isso? Talvez a Ducati queria que eu ficasse com eles, mas não tanto. Logicamente, sou muito grato pelo que eles me deram e darei tudo de mim nas próximas corridas“, encerrou.
Parece estar faltando uma melhor comunicação entre a gerência e os pilotos da Ducati. Vale lembrar que uma situação parecida aconteceu no ano passado com Jorge Lorenzo, que também trocou a marca italiana pela Honda na MotoGP. Depois, ambos passaram a se acusar de terem desistido da parceria primeiro.