A equipe Ten Kate Racing BV, que por muitos anos foi a representante da Honda no Mundial de Superbike (WSBK) anunciou essa semana sua falência. De acordo com seus dirigentes, não restaram alternativas, após a marca japonesa ter revelado seus planos – em cima da hora – sem o time para 2019.
No Salão de Milão (EICMA), realizado no início desse mês na Itália, a Honda anunciou um surpreendente retorno ao Mundial de Superbike de forma oficial em 2019. Além do suporte oficial da HRC, a marca utilizará como base as equipes Althea e Moriwaki, deixando a antiga parceira Ten Kate completamente de fora.
Com sede em Nieuwleusen, no leste da Holanda, a Ten Kate Racing BV é uma bem sucedida equipe de competição, que ainda conta com concessionárias e empresa de peças no país. Com títulos no Mundial de Superbike e Mundial de Supersport, o time era o braço da Honda no certame desde 2002.
Apesar do nome oficial ser “Ten Kate Honda”, a equipe nunca recebeu muito apoio da marca japonesa, tão-pouco da HRC durante a maior parte de sua existência, descaso denunciado pelos pilotos Nicky Hayden e Stefan Bradl enquanto competiram lá. O suporte costumava vir da Honda Europe, o distribuidor europeu da empresa.
O anúncio foi recebido com choque quase universal e com enorme tristeza pelos competidores do Mundial de Superbike, a ponto do tetracampeão Jonathan Rea, que competiu pela equipe entre 2008 e 2014 deixar um comentário de apoio aos ex-colegas.
“Sinto-me muito mal pelo time porque, quando a Honda desvalorizou o WorldSBK e não apoiou o campeonato, foi o Ten Kate que segurou as pontas“, disse Rea nos testes coletivos de Jerez essa semana. “Eles criaram o desenvolvimento de motores com a Cosworth, desenvolveram suas estratégias eletrônicas e investiram muito em desenvolvimentos de braço oscilante e chassi“, garante.
“É difícil para a equipe aceitar, porque quando a HRC decide voltar de repente, a Ten Kate é deixada de lado“, continua o britânico. “Quando eu estava lá, sempre quis dizer que era um time particular. Passei muito tempo lá e a equipe tem um lugar no meu coração“, finalizou o piloto da Kawasaki, marca que participa oficialmente do certame.
No comunicado da equipe, eles afirmam que receberam a informação da separação apenas no dia 30 de outubro, ou seja, véspera do Salão de Milão. Eles também expressaram seu desejo de continuar competindo no campeonato em 2020. A falência, no entanto, não afeta a concessionária Ten Kate Honda, nem a empresa Ten Kate Racing Products, que fornece peças de corrida especializadas.