O motociclismo esportivo sofre mais uma baixa por falta de incentivo. Depois de JuanFran Guevara anunciar sua retirada das pistas na semana passada, agora foi a vez do jovem Marco Faccani fazer o mesmo hoje (5). O italiano decidiu concentrar-se nos seus negócios.
Aos 23 anos, Faccani é um piloto apreciado nas categorias de base do World Superbike. Em 2014, por exemplo, ele ganhou o título da categoria Superstock 600, o que lhe garantiu um lugar na equipe Puccetti Racing ao lado do conhecido Kenan Sofuoglu, no ano seguinte.
Nas últimas temporadas, Faccani vinha competindo na Superstock 1000, outra categoria de base, com modelos praticamente idênticos aos vendidos nas lojas. O italiano era da equipe Althea-BMW e citou a sustentabilidade do motociclismo como principal fator para sua retirada.
“No World Superbike, apenas os melhores pilotos ganham dinheiro é muito difícil chegar lá“, revelou o piloto que se dedica ao oficio há 15 anos. “Quero investir meu tempo e meu dinheiro em algo que me garanta alguma estabilidade“.
Nos últimos anos, as equipes de competição tem sofrido com dificuldades financeiras, forçando os pilotos a contribuir com o orçamento, seja com patrocínios pessoais ou a penhora de seus próprios patrimônios, aproveitando-se do circulo vicioso da competição: “como sempre, haverá gente disposta a pagar e sempre será assim“, aponta Faccani.
Foi uma decisão pensada antes de ser anunciada. Tanto é que seu substituto já foi escolhido, o conterrâneo Alessandro Delbianco, que vinha competindo no campeonato italiano de Moto3. “Será a primeira vez que compito com uma 1.000 e também é a minha primeira temporada internacional“, revelou.