Com o fatídico 2020 finalmente encerrado, começam a chegar os primeiros resultados definitivos dos estragos causados pelo “Furacão Coronavírus”. No balanço comercial divulgado pela Ducati, as quedas nas vendas globais foram de 9,7% encerrando anos de ascensão ininterrupta.
Em circunstâncias normais, os números anunciados pela marca bolonhesa seriam uma queda devastadora, mas com o fechamento de fábricas, cadeias de suprimentos interrompidas e pedidos para ficar em casa, especialmente no norte da Itália, onde está a fábrica, 2020 esteve longe de ser um ano normal.
Passada a primeira onda, a segunda metade do ano viu um grande salto no interesse nas motocicletas, impulsionado por esforços de alívio econômico, atrasos nas tendências de vendas e um interesse renovado no veículo como melhor solução para se locomover mantendo o distanciamento social.
Por isso, a Ducati ainda conseguiu anotar os melhores resultados de vendas da história da empresa no segundo semestre do ano. Algo que o CEO da marca, Claudio Domenicali fez questão de enfatizar ao comentar o desempenho em 2020.
“2020 foi um ano complexo em muitos aspectos e um novo desafio para todos no mundo. Inevitavelmente, terminou de uma forma diferente da que gostaríamos, mas a Ducati foi capaz de aproveitar ao máximo a tendência de recuperação do mercado de duas rodas iniciada em junho, alcançando um excelente segundo semestre com um resultado que foi melhor do que esperávamos em março“, disse Domenicali. “Com a redefinição dos métodos e processos de trabalho, conseguimos manter a segurança dos nossos colaboradores, ficar perto dos fãs e consolidar a marca Ducati no mundo, crescendo em alguns mercados como a China. Também ganhamos o título mundial de construtores na MotoGP pela segunda vez na nossa história.”
De fato, a China foi o maior triunfo da Ducati em 2020, com um aumento nas vendas de 26% (4.041 unidades comercializadas). Espera-se que o país seja o maior mercado da marca nos próximos 5 anos, e nem mesmo o coronavírus parece estar retardando esse processo.
Por enquanto, a Itália continua a ser o maior mercado da Ducati, com 7.100 unidades vendidas (ou 27% da produção). Mas também houve um crescimento de 6,7% na Alemanha (5.490 unidades vendidas). Não foram mencionados números nos EUA e no Brasil, mas com poucos modelos disponíveis aqui, é de se esperar notícias desanimadoras.
A linha Scrambler novamente foi a mais popular, com 9.265 unidades vendidas, o que ainda representa uma queda 22% em relação ao ano anterior. Os italianos também se gabam de que a Streetfighter V4 foi o modelo único mais vendido, com 5.730 motocicletas em 2020. Mas não saberemos o resultado completo de toda a linha até o relatório anual da Audi, esperado para março deste ano.