A antiga Honda CR 750 é objeto de adoração no mundo todo. Baseada na icônica CB 750, a motocicleta significava, nos anos 70, o mesmo que a RC213V hoje. Foi essa antiga paixão que motivou um construtor a fazer essa réplica extremamente bem feita tendo como base uma CB 550 Four.
Todos os projetos do construtor Justin Steyn sediado em Johannesburgo, na África do Sul tem algo em comum: a temática. Além de ser um declarado fã da Honda, seus desenhos são inspirados em modelos que estiveram nas pistas e foram campeões, pelo menos uma vez.
O plano inicial de Steyn era fazer uma réplica da Honda RC 181 que levou Mike Hailwood à vitória na Ilha de Man em 1967. Mas, escolher como base uma imaculada tetracilíndrica CB 550 Four (por si só uma clássica adorável), o customizador ficou com pena de cortá-la e optou por algo que não necessitasse de tantas alterações no desenho original.
Steyn, então decidiu criar uma réplica da Honda CR 750 vencedora em Daytona 1970 com o piloto Dick Mann. Além de mecanicamente muito semelhante à CB550, essa foi uma motocicleta que ajudou a popularizar a marca japonesa nos Estados Unidos.
Com isso em mente, Steyn começou a procurar partes individuais, para que a CB 550 pudesse voltar a seu estado original se fosse o caso. Logo um quadro e um motor foram encontrados e o projeto começou.
A CB 550 tem, naturalmente, proporções diferentes em relação à sua irmã maior, então o trabalho se concentrou inicialmente no quadro e subquadro. Usando o RSC (Racing Service Corporation) da Honda como guia, eles ajustaram tudo e adicionaram um tubo extra para melhorar a base do chassi. O tanque de óleo e depósito da bateria foram redesenhados de acordo com a CR750, debaixo do assento.
Nesse projeto o motor não foi deixado de lado. O tetracilíndrico de 550cc que produz um dos ronco mais emblemáticos da história foi inteiramente desmontado, revisado e melhorado. Os cilindros foram furados em 3 milímetros cada, os pistões foram polidos e um novo conjunto de válvulas, molas e guias de alto desempenho instalados.
Para melhorar a oxigenação do motor, um novo conjunto de quatro carburadores Keihin CR foi instalado, assim como um sistema de ignição Dyna 2000 para gerar a melhor faísca possível. Para completar, o conjunto o sistema de exaustão foi fabricado do zero para ser semelhante ao conjunto da 4x2x2 da CR 750.
Com a potência sensivelmente aumentada, a ciclística naturalmente também precisou de aprimoramentos. Os garfos dianteiros vieram de uma Suzuki GSX-R. Os aros, da marca Excel, são de supermoto, com 17 polegadas nos dois eixos. Os pneus Dunlop são modernos para providenciar o máximo em aderência.
A carroceria é uma mistura de componentes modificados e personalizados. O tanque foi esculpido para ser semelhante ao da CR 750 e precisou de 350 horas para ficar pronto. Debaixo da bolha foi instalado um tacômetro Scitsu e um marcador de óleo da Smiths, duas marcas usadas por competidores na época. A pintura em azul metálico, branco e preto ficou a cargo da Wicked Wayne Paints.
O resultado final ficou um espetáculo de cores, sons e formas graças aos detalhes inseridos pelo orgulhoso Steyn: “eu tenho olho para detalhes e eu gosto dos detalhes que colocamos… à custa da sanidade de todos”, admite. “Com certeza, as proporções são muito diferentes em relação à CR750, mas eu acho que funcionou”. Definitivamente sim, Steyn.