O presidente dos Estados Unidos Donald Trump finalmente parece ter entendido os motivos de a Harley-Davidson estar transferindo sua produção para fora do país. Nas redes sociais, o líder deu declarações de compreensão à marca de Milwaukee.
Trump e Harley-Davidson estão em rota de colisão desde o ano passado, quando a empresa anunciou que estava transferindo boa parte de sua produção de Kansas City para uma nova planta na Tailândia. “Eles desistiram, se renderam“, disse o presidente na época.
A estratégia da Harley-Davidson, no entanto foi movida depois de uma decisão do próprio Trump, que meses antes havia elevado os impostos do aço e alumínio que chegam ao Estados Unidos de forma importada. Naturalmente a União Europeia não ficou de braços cruzados e logo depois decidiu sobretaxar os produtos norte-americanos em 31%.
Na semana passada, Trump voltou a falar do assunto em seu Twitter, dessa vez em tom conciliatório: “A Harley-Davidson sofre com as tarifas da UE, atualmente pagando 31%. Tiveram que transferir a sua produção para o exterior para tentar limitar algumas dessas tarifas que vão aumentar para 66% em junho de 2021“, escreveu no dia 23 de abril. “É muito injusto para os Estados Unidos, vamos fazer o mesmo“, avisou.
Mas mesmo na Europa e em mercados emergentes como Ásia e América do Sul, a Harley-Davidson está apresentando desempenho abaixo do esperado. Em seu último balanço, suas vendas caíram globalmente 3,8% no primeiro trimestre de 2019, 4,2% apenas nos Estados Unidos.
De acordo com analistas, isso não se deve apenas às medidas de Trump, mas também ao envelhecimento de seu público, cuja esmagadora maioria ainda é da geração Baby Boomers, (nascidos após Segunda Guerra Mundial até a metade da década de 1960), além de participar de poucos segmentos de mercado. Uma situação que eles pretendem começar a reverter com o programa More Roads na próxima década.