Se o ano de 2024 foi péssimo para a KTM, foi maravilhoso para a Triumph. Com um aumento de 33,6% nas vendas globais, a fabricante britânica quebrou o seu próprio recorde pelo quinto ano consecutivo.
Foram 133.677 motocicletas vendidas globalmente nos doze meses do ano passado, mais do que dobrando os seus volumes em cinco anos. Quando a Triumph atingiu o seu primeiro recorde histórico, em 2020, apenas 63.000 unidades haviam sido comercializadas.
Além disso, as vendas nos segmentos entre 250cc e 500cc foram de aproximadamente 54.000, muito mais do que qualquer outra fabricante premium. Esses são os números mais importantes, porque representam o sucesso em um território absolutamente novo para os britânicos.
Como a Triumph conseguiu isso em um mercado considerado difícil pela KTM e outras fabricantes? Um excepcional plano de negócios focado em produtos mais acessíveis e não caros e exclusivos. Essa estratégia foi desenhada em 2019 e o primeiro fruto foi a best seller Triumph Trident 660.
Além disso, a Triumph percebeu que manter a produção e o foco das vendas na Europa não era viável, tratando de se estabelecer no oriente (Índia, China) introduzindo novos modelos com motores pequenos e criando uma rede mais ampla, expandindo a distribuição e abrindo mais lojas.
O resultado se viu com as pequenas Speed 400 e Scrambler 400X, modelos com escala de produção asiática mas com 100% da herança Triumph. Já deu para ver que elas convenceram muito mais do que a Ducati Scrambler 400 e as Harley-Davidsons chinesas e asiáticas.
E aqui está o pulo do gato da Triumph: essas motos são como a porta de entrada para a marca e permitem que novos clientes se juntem à comunidade. Uma estratégia que os especialistas em mercado chamam de “Dual Value”: produto acessível, mas com tecnologia de ponta e nome de peso.
Enquanto que no oriente, esses modelos de 400cc significam o primeiro contato do público com a marca, nos mercados ocidentais eles representam um novo nível de entrada. Para os especialistas, uma estratégia tão bem feita que deveria estudada por gerentes de outras empresas.
