A Corte de Arbitragem do Esporte (CAS) rejeitou a apelação de Valentino Rossi, que pedia a anulação da punição que lhe foi imposta no Grande Prêmio da Malásia. O eneacampeão, portanto terá mesmo que largar na última posição do grid em Valência, corrida que decidirá o título no próximo domingo (8).
Rossi e seus advogados entraram com o pedido na corte de Lausanne, na Suíça no último dia 25, esperando que um tribunal internacional pudesse anular ou prorrogar sua pena para depois do término da temporada. A audiência aconteceu ontem (4) tendo a presença do diretor jurídico da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), Richard Perret.
Após a audiência, o CAS emitiu um despacho que nega o pedido de suspensão apresentado por Rossi relativa à decisão proferida pelos comissários da FIM. A decisão não prejudica a sentença final, que foram três pontos em sua “carteira de habilitação” por supostamente ter empurrado Marc Márquez para fora da pista em Sepang.
Esses três pontos, somados ao que já possuía antes por (por ter atrapalhado Jorge Lorenzo nos treinos para o GP de San Marino) obrigam Rossi a largar na última posição para o grid de largada do Grande Prêmio de Valência, etapa final da temporada 2015 que definirá o título entre o italiano e o espanhol.
Entenda o caso
Rossi começou a se desentender com Marc Márquez logo após o Grande Prêmio da Austrália. Depois da prova, o italiano procurou o espanhol acusando-o de tê-lo prejudicado propositalmente durante a corrida em Phillip Island retardando seu ritmo, enquanto Jorge Lorenzo fugia na liderança.
O eneacampeão tornou suas queixas públicas cinco dias depois, durante a entrevista coletiva para o Grande Prêmio da Malásia. Na ocasião, Rossi acusava Márquez e Lorenzo de terem feito um pacto de cooperação mútua, para impedir seu décimo título. A declaração ganhava apoio de Andrea Iannone, piloto da Ducati que durante o GP da Austrália também brigava pelas primeiras posições.
Durante a corrida em Sepang, Márquez e Rossi duelaram ferozmente pelo terceiro lugar, enquanto Lorenzo e Dani Pedrosa fugiam à frente. Os dois acabaram se tocando na volta 12, com o italiano empurrando o espanhol para fora da pista. O piloto da Yamaha ainda conseguiu concluir a etapa na terceira posição, mas os Comissários da FIM aplicaram três pontos na sua carteira de habilitação.
O sistema de carteira de habilitação foi implementado apenas nesse ano e prevê uma série de punições a pilotos cujo comportamento seja considerado antidesportivo na pista. Quando o piloto em questão atinge quatro pontos (o caso de Rossi), é obrigado a largar na última posição na próxima etapa. Quando mais pontos são atingidos, maior é a punição, que pode chegar a não participação da corrida ou exclusão do campeonato.
Foi essa punição de três pontos que Rossi tentou anular na Corte de Arbitragem do Esporte, tendo o pedido negado hoje. Na segunda-feira (2), Lorenzo e seus advogados tentaram interferir no caso, também tendo seus pedidos negados. O título entre os dois pilotos da Yamaha será decidido no domingo, dia 8 de novembro no circuito Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha.