Além de Triumph e Norton, o Reino Unido orgulha-se de uma terceira fabricante centenária de motocicletas, a BSA. A marca, que hoje pertence aos indianos da Mahindra planeja voltar em 2021, depois de quase 50 anos de inatividade com modelos a gasolina e elétricos.
A revelação foi feita pelo próprio Anand Mahindra, presidente do grupo que, além de motos tem presença no mercado automotivo, indústria aeroespacial, agronegócio, equipamentos de construção, defesa, energia, entre outros. Eles adquiriram a BSA em 2016 junto com a Jawa, que foi relançada na Índia em 2018.
“O Reino Unido foi o líder em motos desde o início“, disse Mahindra ao jornal britânico The Guardian. “Essa proveniência é algo que realmente queremos manter”, acrescentando que é “muito importante” ter as motocicletas montadas no Reino Unido para manter “a autenticidade da marca”.
Os planos iniciais são de fabricar motos a gasolina em uma nova fábrica perto da sede histórica da BSA em Birmingham, já em meados de 2021. A longo prazo, eles também visam oferecer modelos elétricos e receberam até um subsídio de £ 4,6 milhões do governo britânico para desenvolvê-los.
Fundada em 1919, a BSA (sigla de Birmingham Small Arms) foi um grande conglomerado industrial britânico que fabricou, além de motos, carros, armas de fogo, ônibus, carrocerias, aço, fundições de ferro e muitos outros. No seu auge, foi o maior produtor de motocicletas do mundo.
Ao contrário das exclusivas Brough Superior e das velozes Norton, as motos BSA tinham fama de acessíveis e de boa confiabilidade, com farta disponibilidade de peças de reposição e suporte do revendedor. Muitas foram customizadas após a Segunda Guerra Mundial no estilo Café Racer, que virou febre na Grã-Bretanha.
No final da década de 1950 e início da década de 1960, a má gestão, o fracasso no desenvolvimento de novos modelos e a ascensão das fabricantes japonesas levaram a um declínio dramático nas vendas do seu principal mercado, os EUA. A BSA está inativa desde 1973.