Em uma recente entrevista, o piloto espanhol Toni Elias afirmou que Marc Márquez se baseou inteiramente em Valentino Rossi para se estabelecer como principal piloto da MotoGP, tal como o italiano fez em sua época áurea.
Elias venceu apenas uma única corrida na categoria rainha (o GP de Portugal de 2006 derrotando o próprio Rossi) e foi o primeiro campeão da Moto2 em 2010 chegando a competir com os dois principais pilotos da atualidade.
“Marquez é como Rossi. Marc estudou Valentino em cada movimento de sua carreira, combinando o seu próprio DNA vencedor com o que aprendeu com o seu antecessor direto para vencê-lo, várias vezes. A diferença entre Márquez e Rossi é a idade: o primeiro tem 24 anos e o segundo é 38. Voltando ao conceito do tempo que passa e quão difícil é permanecer na crista da onda, esses 14 anos extras dizem o quão bom Rossi é. Também é verdade que, no início, Valentino ficou com raiva ao ver Márquez fazer as mesmas coisas, porque ele era o novato que estudava e aprendeu, assumindo o lugar do campeão reinante.” (Toni Elias)
Elias, que esse ano conquistou o título do MotoAmerica, com a Suzuki, nos Estados Unidos conversou com o GPone sobre diversos assuntos, entre eles os rivais que mais o impressionaram na carreira. Rossi, no entanto é o maior de todos.
“Houve muitos rivais que me impressionaram, mas vou mencionar apenas dois: Manuel Poggiali e Valentino Rossi, que venci em Portugal em 2006. Ele o melhor piloto de todos os tempos. Ele é ainda melhor do que [Giacomo] Agostini e [Angel] Nieto. Valentino tem 38 anos, enorme determinação e é extremamente corajoso. Pilotando, Valentino sabe o que você vai fazer, especialmente no final da corrida. Para vencer Rossi, você deve atacá-lo do começo ao fim, sem dar-lhe tempo para pensar. Consegui em Portugal, mas tive que trabalhar muito para fazê-lo.”
O papo continuou com Elias comparando as competições nos Estados Unidos e na Europa: “Na América, o piloto mantém o compromisso assumido até o fim e a equipe paga sempre e no tempo. Esse profissionalismo está diminuindo na Europa e é por isso que eu gosto de estar na América“, revelou, antes de acrescentar. “Nos EUA é como uma família. O paddock está aberto e há muito contato humano entre fãs e pilotos“.
Apesar das críticas, Elias admite que poderia voltar: “Se a Suzuki me pedisse para voltar ao WSBK com uma equipe e moto de fábrica, eu pensaria sobre isso. Estou feliz nos EUA, mas sinto falta da minha família“. “O motor está no mesmo nível de Ducati e Kawasaki e até mesmo no WSBK pode voltar a ganhar“, acredita.