A MotoGP permaneceu ontem (2) no circuito de Jerez para mais um dia de testes coletivos, mas o assunto foi outro: a surpreendente retirada da Suzuki ao final de 2022, rumor que atingiu o paddock como um terremoto. Um comunicado oficial é aguardado para hoje (3).
De acordo com a imprensa presente, a Suzuki informou a Dorna Sports, empresa que promove e gerencia a MotoGP de sua decisão por telefone diretamente de Hamamatsu, no Japão. Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna ainda aguarda mais informações oficiais, mas não houve comunicação devido a um feriado na terra do sol nascente.
Até o momento, nem Shinichi Sahara, gerente de projetos da Suzuki Team Ecstar, nem Livio Suppo, que foi contratado no início do ano para liderar a equipe quiseram comentar. A fabricante, assim como todas as demais, assinou um contrato em novembro de 2021 que garantia sua presença na MotoGP até 2026.
Tudo ainda é classificado como rumor, mas o fato é que há precedentes. Das três fabricantes japonesas que venceram no Campeonato Mundial, a Suzuki é a mais volátil delas. Eles abandonaram as competições em 1984, antes de voltarem em 1987. Depois saíram de novo ao término da temporada 2011 retornando em 2015.
Em 2012, a Suzuki também abandonou o Mundial de Superbike (WorldSBK), um certame em que havia sido campeã em 2005 com Troy Corser. Em setembro de 2017, os japoneses anunciaram sua saída do Mundial de Motocross (MX2 e MXGP) em uma ação que perdeu muita credibilidade no mundo Off-Road da época.
Especula-se que o presidente da Suzuki, Hiroshi Tsuda queria continuar o compromisso com a MotoGP como planejado, mas o conselho da empresa votou contra por maioria. Quedas nas vendas devido a pandemia, guerra na Ucrânia aumento da inflação e no preço dos combustíveis estão entre os possíveis motivos.
É claro que isso se confirmar, não será de forma amistosa. O departamento jurídico da Dorna certamente já está lidando com essa possível quebra de contrato planejada. Além de deixar o grid com duas motos a menos e dois pilotos a pé, o caso pode acabar nos tribunais. Aguardamos mais informações.
ATUALIZAÇÃO: a Dorna Sports, enfim, emitiu um comunicado oficial na manhã dessa terça-feira (3) para deixar clara a sua posição. Conforme descrito acima, eles lembraram que há um contrato recém assinado para honrar. No entanto, não descarta que um acordo seja feito. Ou seja, os rumores eram verdadeiros. Segue a declaração abaixo:
“Após rumores recentes de que a Suzuki deixará a MotoGP no final de 2022, a Dorna Sports entrou em contato oficial com a fabricante para lembrá-los de que as condições de seu contrato para correr na MotoGP não permitem que eles tomem essa decisão unilateralmente. No entanto, caso a Suzuki saia após um acordo entre ambas as partes, a Dorna decidirá o número ideal de pilotos e equipes que competirão na classe a partir de 2023. A Dorna continua a receber altos níveis de interesse de várias fábricas oficiais e equipes independentes que desejam ingressar no grid, pois o esporte continua a ser um exemplo global de competição acirrada, inovação e entretenimento, alcançando centenas de milhões de fãs em todo o mundo. mundo. O interesse dessas partes foi reconfirmado nas últimas 24 horas.“