Conforme o combinado, a Suzuki apresentou hoje (5) a próxima geração da GSX 1340R Hayabusa. A motocicleta mais icônica da marca manteve o design habitual, perdeu potência de pico, mas incorpora mais aprimoramentos do que se esperava. Veja nossa galeria com mais de 60 fotos.
Antes de tudo, vamos direto ao ponto: o motor da nova Hayabusa permaneceu inalterado no que concerne a sua arquitetura e cilindrada: quatro cilindros em linha, 1340 cm³, virabrequim a 180º, diâmetro de 81 milímetros, curso de 65 milímetros, taxa de compressão 12,5: 1.
Com a adoção do Euro5, agora obrigatório em todo o território europeu (e norte-americano, que utiliza os mesmos padrões) a potência diminuiu para 192,6 cv (5 cv a menos) a 9.700 rpm (+200 rpm). O torque agora é de 15,8 kgf.m (menos 0,5 kgf.m) a 7.000 rotações (menos 200 rpm).
Antes que você tenha um ataque cardíaco ou uma crise de depressão após tantos anos esperando números alucinantes, espere um pouco. Ao mesmo tempo em que perdeu potência de pico, a Hayabusa preencheu exatamente aquilo que você queria na faixa intermediária. E não foi por falta vontade de mudar, como os engenheiros explicam direitinho.
“Havia uma opção de levar a Hayabusa em uma nova direção com um novo motor”, disse Naoki Mizoguchi, Designer de Motores. “Fizemos protótipos com cilindrada maior, um turbocompressor e diferentes números de cilindros. Mas ao comparar os protótipos com o modelo de segunda geração, descobrimos que o motor da segunda geração ofereceu melhor desempenho geral do que qualquer um dos protótipos.“
“Nos testes, as características de potência do motor turboalimentado eram tão drásticas que só serviam para longas estradas retas“, continuou. “Portanto, usamos o motor do modelo de segunda geração como base para melhorar a potência e o torque de baixa a média alcance.” Essa transparência sobre as direções de desenvolvimento é muito incomum para qualquer fabricante, muito menos para um japonês e enfatiza sua convicção de que a nova Hayabusa busca a melhor solução, não manchetes de marketing.
Bem, então o que foi feito no motor? O virabrequim foi trocado, os pistões e as bielas ficaram mais leves, os cilindros são novos, os eixos de comando de válvulas funcionam com menos sobreposição, molas de válvula estão mais fortes, o design da câmara de combustão foi adaptado, a caixa de ar é maior e a injeção só funciona com válvula borboleta de 44 milímetros (mais 1 milímetro) por cilindro. Ou seja, bastante coisa para quem entende do assunto.
O resultado, de acordo com os engenheiros, é o fim daquela “flacidez” que havia em médias rotações. Entre 3.000 e 6.000 giros, a nova Hayabusa coloca tanta potência na roda traseira que deve trazer lágrimas aos olhos de quem vivenciou a experiência de acelerar os modelos anteriores. Além disso o consumo foi aprimorado e a motocicleta é capaz de cobrir 300 km com um tanque de 20 litros.
Você pode estar se perguntando: a Hayabusa possui o sistema de válvulas variáveis de acionamento mecânico da GSX-R1000R? E a resposta é não. Os engenheiros consideraram isso uma complicação desnecessária. “A nova Hayabusa atinge o desempenho desejado sem um mecanismo de válvula variável, que a Suzuki decidiu não adotar para manter a facilidade de manutenção e facilidade de serviço.“
Quadro e ciclística
Assim como o motor, o quadro em dupla trave de alumínio também é o mesmo, assim como o braço oscilante. A solução ainda é a mais equilibrada a um custo razoável. O sub quadro, no entanto, foi modificado para oferecer novos trilhos de assento e acomodar outras mudanças de carroceria, reduzindo também a massa em 700 gramas.
Nas suspensões, os garfos ajustáveis Kayaba são muito parecidos com os da geração 2, mas foram retrabalhados. Por outro lado, o sistema de freios é novo, com pinças Brembo Stylema mordendo discos de 320mm (+ 10mm). As rodas de 7 raios também foram redesenhadas e são calçadas em pneus Bridgestone S22. Embora o peso permaneça o mesmo (264 kg líquidos), a distribuição de peso de 50:50 é mais uniforme, buscando mais estabilidade e melhor manuseio.
Eletrônica atualizada
Tudo começa com a adoção de uma nova unidade de controle inercial (IMU) da Bosch que habilitou a Hayabusa a possuir uma série de adendos eletrônicos típicos da nossa era: 10 níveis de controle de tração; quickshifter bidirecional; antiwheelie de 10 estágios; controle de torque do motor de três modos; limitador de velocidade definido pelo usuário; controle de largada de 3 modos; sistema de aviso de parada de emergência; controle de cruzeiro; ABS em curvas e controle de sustentação em declive. Chega ou quer mais?
Os três modos de pilotagem selecionáveis A, B e C permitem que o motor responda de maneira diferente, com o modo C também regulando a potência máxima. Também há luzes de freio adaptáveis e, claro, os conhecidos sistemas “Easy-Start” e “Low RPM Assist” que os proprietários de Suzuki conhecem bem. Ah sim, tudo é visualizado na central multimídia do painel, inclusive o ângulo de inclinação.
Design refinado
Apesar de a carroceria da Hayabusa parecer praticamente a mesma, a Suzuki levou a motocicleta ao túnel de vento e redesenhou tudo. A maioria das alterações está na dianteira, com novo farol de LED ladeado por luzes de posição com indicadores integrados e entradas de ar. Elas são direcionadas a já mencionada nova caixa de ar e possuem saídas pelas laterais, atuando tanto para refrescar o motor quanto para aumentar a estabilidade.
E por que a Hayabusa não possui as badaladas asas, que se tornaram quase obrigatórias em qualquer superbike atual? Porque não precisa. Elas foram introduzidas para evitar wheelies indesejados e aumentar o downforce em curvas fechadas, coisas que a moto não foi feita para fazer. “Em termos de marketing, estudamos a possibilidade de colocar asas como destaque, mas finalmente chegamos à conclusão de que não, porque o design da Gen3 já estava bem estabelecido sem as asas“, disse o diretor de design Kazutaka Ogawa. A boa e velha austeridade japonesa.
Eis que chegamos ao clímax dessa jornada: quanto vai custar o brinquedo? A Suzuki vai disponibilizar a Hayabusa na Europa a partir de abril em três opções de cores: preta, prata e branca por cerca de € 18.500 (R$ 120.234 no câmbio de hoje), que pode aumentar com a inclusão de 20 acessórios disponíveis diretamente de fábrica. O falcão vive!
Suzuki Hayabusa GSX 1340R 2021 – Ficha técnica
Motor | ||
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Tipo | 4 cilindros em linha, 4 tempos, DOHC, refrigerado a líquido | |
Deslocamento | 1.340 cm³ | |
Diâmetro x curso | 81 x 65 mm | |
Taxa de compressão | 12,5: 1 | |
Potência máxima | 192,6 cv a 9.700 rpm | |
Torque máximo | 15,8 kgf.m a 7.000 rpm | |
Embreagem | Úmida | |
Caixa de câmbio | Seis velocidades | |
Ciclística | ||
Chassis | Dupla trave de alumínio | |
Suspensão dianteira | Garfo invertido | |
Viagem dianteira | ND | |
Suspensão traseira | Monoshock com sistema progressivo | |
Viagem traseira | ND | |
Freio dianteiro | Discos com pinça de quatro pistões Brembo Stylema, 320 mm, ABS | |
Freio traseiro | Disco de pinça de pistão único, Nissin, ABS | |
Pneu dianteiro | 120/80-17 | |
Pneu traseiro | 190/50-17 | |
Pesos e dimensões | ||
Comprimento total | 2.180 mm | |
Largura | 735 mm | |
Altura | 1.165 mm | |
Altura do assento | 800 mm | |
Distância entre eixos | 1.480 mm | |
Peso total | 264 kg | |
Tanque de combustível | 20 litros | |
Preço aproximado | € 18.500 |