A polêmica suspensão dianteira regulável da Ducati será debatida na próxima reunião da Comissão dos Grandes Prêmios. As concorrentes não estão satisfeitas nem interessadas em copiá-la por causa dos custos.
Visto pela primeira vez em Sepang, o “Front Ride Height Adjuster”, é um sistema que controla a altura da suspensão dianteira ao acelerar. Através de um comando manual, o piloto pode abaixá-la no meio da corrida para maior estabilidade, por exemplo. E como é mecânico é legal. Se é legal, então ninguém pode proibi-lo.
Mas de acordo com os alemães do Speedweek, as outras fabricantes também não estão interessadas em copiar o sistema, porque isso aumentaria ainda mais os custos de desenvolvimento, uma corda bamba que é cuidadosamente equilibrada, ano após ano, menos para Gigi Dall’igna, o inventivo diretor técnico da Ducati.
“Nenhum fabricante está entusiasmado em investir nesta tecnologia da idade da pedra“, disse Sebastian Risse, diretor técnico da KTM. O CEO da MotoGP, Carmelo Ezpeleta também já disse o que pensa: “Não queremos mais velocidade ou custos mais altos“. Todos os anos eles lutam para manter os custos sob controle.
É por isso que o tema também será discutido na Comissão dos Grande Prêmios – e talvez sepultado por unanimidade para que haja paz novamente. Entretanto, Danny Aldrigde, diretor técnico das corridas de MotoGP, ainda não conhece a capacidade técnica do sistema da GP22, apenas os boatos.
“Em primeiro lugar, seria preciso verificar o que está sendo protestado e o ponto em que o sistema não cumpre as normas“, disse o inglês, reiterando que nenhuma fabricante fez um protesto formal até agora. Só depois disso é que Aldridge apresentaria um relatório para os comissários da FIM que então decidiriam se o dispositivo é legal ou ilegal.
“Os sistemas de suspensão eletrônica são proibidos na classe MotoGP“, continuou Aldridge. “Definitivamente, assumo que o sistema Ducati para o garfo funciona de maneira semelhante ao da parte traseira. Mas até agora a Ducati não me mostrou nada e eles não são obrigados até o GP do Catar em março.”
A expectativa é de que a Ducati abdique voluntariamente do sistema, para restabelecer a paz na Associação dos Fabricantes de Motociclismo (MSMA). Algo bem questionável se a GP22 se mostrar um foguete capaz de dar-lhes o título mundial de pilotos, o que não acontece desde 2007.