Casey Stoner acredita que Jorge Lorenzo terá menos dificuldades na adaptação da Ducati para a Honda em 2019. O australiano, que foi campeão pelas duas marcas, afirma que a moto japonesa “é mais normal” que a italiana.
Stoner, que conquistou o primeiro – e até agora único – título de pilotos da Ducati em 2007 vinha exercendo o papel de piloto de testes de luxo e embaixador da marca nos últimos dois anos. O australiano auxiliou Lorenzo em sua adaptação à Desmosedici.
“Acho que será mais fácil para o Jorge passar da Ducati para a Honda. A Honda é muito mais uma moto normal“, disse Stoner ao Speedweek. “Levou mais tempo do que esperávamos, mas ele provou que pode ganhar em uma Ducati. Ir para a Honda irá motivá-lo”, continua. “Não tenho dúvidas de que ele pode fazer isso. Estou muito interessado em ver o que acontece“.
Os primeiros testes de Lorenzo com a Honda foram promissores. Depois de um começo cauteloso em Valência, o pentacampeão melhorou muito no circuito de Jerez, a ponto de ficar apenas 0,135 segundos atrás de Marc Márquez.
Entre um teste e outro, a Honda seguiu os passos da Ducati modificando o formato do tanque de combustível de Lorenzo para que melhor se posicionasse nas curvas. Stoner afirma que a marca japonesa tem plenas condições de fazer duas motos bem diferentes.
“A Honda pode ter chassis diferentes e até mesmo diferentes asas e geometria“, revelou. “Quando estive na Honda, Dani Pedrosa e eu muitas vezes tomamos decisões diferentes, e sei que Márquez sempre preferiu ter um quadro e configurações diferentes das de Dani. É até possível que Jorge e Marc escolham diferentes mapeamentos eletrônicos“, acredita.
Stoner também foi piloto de testes da Honda, nos anos que se seguiram à sua aposentadoria das pistas em 2012. O bicampeão, portanto, conhece bem a equipe que Lorenzo vai encontrar e a forma de trabalho do diretor técnico Takeo Yokoyama.
“Algumas pessoas dizem que os japoneses são frios e robóticos no trabalho, mas eu não tive essa impressão na Honda, eles eram muito motivados“, relembra. “Takeo [Yokoyama] leva as corridas muito a sério e tem uma grande paixão por isso. Ele estava sempre interessado no que eu tinha a dizer sobre a moto e as várias opções“, revela. “Takeo também tem uma opinião muito forte e liderança clara, mas isso nunca é uma coisa ruim“, concluiu.
Fora da Ducati, o futuro de Stoner continua sendo um mistério. O australiano praticamente não andou de moto em 2018, devido a uma complicada cirurgia no ombro, que demandou uma longa recuperação. A possibilidade de abandonar definitivamente o motociclismo é concreta.