Sabe quem esteve em Portimão? Casey Stoner. Ausente do paddock de MotoGP há mais de três anos, o bicampeão, como sempre, tem opiniões interessantes sobre o panorama atual da Categoria Rainha.
Stoner, que abandonou a carreira após o término da temporada 2012, atuou depois como piloto de testes da Honda e da Ducati, onde foi visto conversando com os atuais pilotos, o compatriota Jack Miller e o italiano Francesco Bagnaia, que estava na disputa do título até a última etapa, em Misano.
“Tem sido uma temporada incrível, especialmente em termos da diversidade de pilotos e marcas no pódio“, disse Stoner em uma entrevista coletiva. “Durante muito tempo a Ducati esteve muito perto de ter o pacote completo e de atingir o seu objetivo [vencer o título], mas infelizmente vimos novamente que os pilotos não são rápidos em todos os fins de semana, precisam de um pouco mais de consistência“, aponta.
Por outro lado, consistência é o que não falta para a Yamaha: “Eles tem um ótimo pacote ano após ano, só você ver o que estão fazendo em diferentes campeonatos. Eles constantemente colocam na pista um pacote que é muito difícil de vencer“, aponta. “Foi a minha maior rival, é a moto em que sempre tive mais interesse em ver se o que via de fora era igual ao de cima dela. Portanto suponho que seria a melhor moto”, revela. “Teria sido interessante ver se essa moto pode ser manuseada de uma maneira diferente dos meus rivais, ou se tem que andar como eles fizeram.“
Quando chega a hora de comentar sobre a Honda, Stoner procurou ser diplomático: “Todo mundo conhece o incrível talento que o Márquez tem. Sua capacidade de reação é incrível“, destaca. “Mas acho um erro o que Marc e sua equipe cometeram nos primeiros anos é que eles sempre destacaram a frenagem e, no final, acabaram por fazer uma moto que só é boa na frenagem e que comprometeu o resto das coisas“.
Stoner continua: “Quando eu era testador da Honda, eles enfatizavam muito a frenagem, eles queriam muita estabilidade na frenagem, mas a moto não fazia as curvas. Em 2015 já tiveram problemas e tiveram que voltar ao chassi de dois anos antes para recuperar a sensação e ser capaz de virar a moto no meio da curva. Marc tem sido muito bom em cobrir alguns dos problemas da moto“, acredita.
O bicampeão, no entanto, ressalta que está falando de passado: “Como disse antes, cada piloto é diferente, seja qual for o problema da Honda, é difícil dizer qual, não posso julgar algo assim pelo sofá. Só posso confiar no que fiz no passado, nos problemas que tive com alguns dos chassis que testei na Honda.”
Desde 2018, Stoner tem sido muito pouco visto fora de sua casa na Austrália. O australiano revelou que sofre da Síndrome da Fadiga Crônica. Mas, o ex-piloto vem melhorando e afirma que quer estar mais presente. “Achamos que era um bom momento para voltar e recuperar alguns dos relacionamentos que perdi há alguns anos“.