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Shoichiro Irimajiri, o homem por trás de muitos projetos fantásticos da Honda

Lucas Carioli 16 de julho de 2025

Conheça um pouco mais sobre Shoichiro Irimajiri, engenheiro aeronáutico que trabalhou na Honda e é responsável por muitas motos hoje lendárias, da Gold Wing à CBX 1050, passando pela NR 750 à criação da própria HRC.

Japoneses são discretos. Eles não querem as luzes da fama, como a maioria dos ocidentais, de modo que é quase impossível saber exatamente quais são os homens por trás das revolucionárias invenções que saíram das pranchetas da Honda, Yamaha, Suzuki e Kawasaki.



Nascido em 1940 em Kobe no Japão, Irimajiri sonhava inicialmente em construir… aviões. Formado em engenharia aeronáutica, “Iri”, como ficou conhecido, especializou-se em dinâmica de fluidos e motores a jato, que floresciam no pós-guerra.

Só que as limitações impostas pelo ocidente ao desenvolvimento militar japonês após a Segunda Guerra Mundial significaram que não haveria muito trabalho para Irimajiri na área que sonhava. Então, após uma breve passagem pela Mitsubishi, ele ingressou na Honda em 1963.

Mike Hailwood com a indomável Honda RC181 na Ilha de Man em 1966.

A grande missão que Soichiro Honda lhe deu: projetar motores multicilindros que competissem (e vencessem) na Europa. Nessa mesma época, a empresa estava se atirando de cabeça no mercado ocidental. A primeira fábrica fora do Japão surgiu exatamente em 1963, na Bélgica.

Ao mesmo tempo, a Honda estava ingressando com equipes de fábrica no motociclismo e no automobilismo. Irimajiri aplicou seu conhecimento aeronáutico para criar o motor de seis cilindros da Honda RC166 e o V12 do carro de Fórmula 1 que venceu o GP do México de 1965.

Irimajiri, por sinal, parecia ter uma predileção por motores de seis cilindros. Alguns anos depois, o primeiro protótipo da Honda Gold Wing, o M1, era um seis cilindros contrapostos refrigerado a líquido, que no final foi reduzido para quatro.

A primeira Honda Gold Wing, de 1975.

“Era um ótimo motor”, resumiu Irimajiri anos depois, com a serenidade de quem sabe que fez algo certo. No final, a Honda acabou cedendo e a Gold Wing recebeu de volta o seu seis cilindros contrapostos origianais, transformando-se na lendária cruzadora de estradas que é até hoje.

Mas se a Gold Wing era seis cilindros pela suavidade, o motor da CBX 1050 era apenas a mais pura demonstração de paixão técnica. Soichiro Honda queria uma moto maior do que a CB 750F para enfrentar a Kawasaki Z1 e disse à Iri: “o motor tem que ser atraente e poderoso.”

Irimajiri enviou seus engenheiros para a Base Aérea de Hyakuri, na Força Aérea Japonesa. Lá, eles passaram dez dias gravando o som dos caças F-104 Phantom: “Ouvi pela primeira vez e fiquei impressionado. Eles recriaram o som do Phantom perfeitamente!”

Honda CBX 1050 1978 e seu vistoso seis cilindros em linha.

Eles ligaram para o Sr. Tadashi Kume, então CEO da Honda: “Dissemos a ele que tínhamos algo que queríamos que ele ouvisse. Ele veio, ouviu e disse: ‘Vocês foram longe demais. A sensação de barulho é demais. Não podemos construir motos que soem como caças a jato.'” A moto foi lançada em 1978.

Ao mesmo tempo, a Honda queria vencer no Mundial de Motociclismo, então dominado por motores de dois tempos, com um motor de quatro tempos. Para fazer isso, eles precisariam de um seis cilindros, a essa altura proibido pela Federação Internacional de Motociclismo.

A solução de Iri? Fazer um quatro cilindros com pistões ovalados, interligados por duas bielas. No papel, o motor era apenas um V4 convencional. Na prática, o seu comportamento era de um V8! Nascia assim a Honda NR500, que depois daria origem à Honda NR de rua.

A Honda NR e suas versões das pistas.

Verdade seja dita: a moto não foi um sucesso nas pistas, mas lançou as bases tecnológicas para futuros desenvolvimentos da Honda e ensinou uma lição valiosa: às vezes, a inovação faz você aprender, na prática, o que não dá certo, embora pareça correto na teoria.

Todo esse empenho para bolar soluções leves, compactas e de alto desempenho fez a Honda criar um departamento separado e exclusivo para competições. Nascia assim, em 1982, a Honda Racing Corporation (HRC), na qual Irimajiri foi o primeiro presidente.

Após um problema cardíaco, Iri deixou a Honda em 1992. Mas não se aposentou: ele passou a liderar a Sega que lançou, em 1998, o Dreamcast, o primeiro console de videogame de sexta geração. Depois, seria um dos responsáveis pelo salvamento da Nvidia, presente em muitos computadores caseiros.

Reconheceu o cara no quadro?



Apesar da paixão pela mecânica e pela tecnologia em geral, Irimajiri também criticou a direção que a humanidade estava tomando. “Se não intervirmos rapidamente, o piloto será apenas um complemento da tecnologia mecânica” o que, de fato, acabou acontecendo.

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