Na MotoGP, as coisas mudam tão rapidamente fora da pista quanto dentro dela. Agora, Andrea Dovizioso parece de volta ao páreo para assumir um lugar nova equipe satélite da Yamaha que vai surgir em 2022.
Depois de não chegar a um acordo com a Ducati, onde competia desde 2013, Dovizioso viu-se sem uma moto competitiva em 2022. Sem muita preocupação, o italiano de 35 anos resolveu tirar um ano sabático, realizando apenas alguns testes informais para a Aprilia, que desejava contratá-lo.
O acordo entre Dovizioso e a Aprilia esteve muito perto mesmo de ser confirmado, tanto que a marca de Noale chegou a redigir um comunicado oficial anunciando o piloto para 2022 em seu próprio site, o que foi cancelado apenas no último momento.
O que aconteceu? Primeiramente, o fim da relação entre Maverick Viñales e a Yamaha. Fontes afirmam que o espanhol foi efetivamente demitido após alegadamente ter forçado o motor de sua YZR-M1 além do limite no GP da Estíria. Coincidência ou não, o anúncio de sua contratação pela Aprilia aconteceu no dia seguinte à corrida austríaca.
O segundo ponto chave também foi anunciado na Áustria: A Petronas, patrocinadora principal da Sepang Racing Team (SRT), equipe satélite da Yamaha desde 2019 anunciou sua saída em 2022. A relação entre as três partes, que nunca foi muito tranquila, se deteriorou de vez com os maus resultados desse ano e o contrato não foi renovado.
Mas a equipe SRT, que é comandada por Razlan Razali e Johan Stigefelt deve continuar apenas na MotoGP graças a um contrato assinado com a Dorna até 2026. O lugar da Petronas deve ser assumido pela empresa de energia italiana WithU e pelo menos uma Yamaha M1 “spec A” será disponibilizada.
Enquanto a Petronas SRT era declaradamente uma equipe júnior da Yamaha, com a missão de formar jovens talentos para o time oficial, a nova estrutura não tem mais essa obrigação, sendo orientada por uma filosofia mais tradicional, de ter um piloto experiente e outro novato, como as outras já fazem.
Nessas circunstâncias, o nome de Dovizioso volta com tudo. Experiente, com bom conhecimento técnico e principalmente tranquilo, o italiano é o favorito para assumir a vaga de primeiro piloto. A segunda motocicleta ficaria com Darryn Binder, o único da atual estrutura de apoio da Petronas que seria mantido.
Dovizioso já correu em uma equipe satélite da Yamaha. Aconteceu em 2012, quando o italiano perdeu seu lugar na Honda para Casey Stoner. Na então Monster Tech3, ‘Dovi’ realizou uma sólida temporada, com seis pódios deixando uma ótima impressão antes de mudar-se para a Ducati, no lugar de Valentino Rossi em 2013.
A imprensa italiana dá como certa a contratação de Dovizioso pela nova equipe Yamaha, e aponta que o anúncio deve acontecer nas duas etapas que estão programadas no circuito de Misano, na Itália, no final de setembro. Isso se as coisas na MotoGP não mudarem novamente até lá.