Depois que Honda, BMW e Yamaha introduziram com sucesso transmissões automatizadas em suas motos, esta patente revela que a Ducati já está trabalhando para fazer o mesmo, mas com algumas inovações a mais.
Em 2022, a Honda foi a primeira fabricante a introduzir um sistema de transmissão automática, o “E-Clutch” na CB650R. Como funciona? Um atuador eletromecânico possibilita que as trocas de marcha sejam automáticas ou manuais, embora o manete de embreagem tenha permanecido.
No ano passado, a BMW anunciou um recurso parecido, o ASA, e logo em seguida a Yamaha apresentou o Y-AMT. Ambos dispensam o manete de embreagem. Mas todos têm o mesmo objetivo, tornar opcional a troca de marcha manual. A forma como chegam lá é que difere.
Na Honda, o manete de embreagem ainda está lá, mas as trocas são feitas por meio de uma central eletrônica e um motor elétrico que controlam a embreagem, permitindo mudanças de marcha suaves e sem a necessidade de acionar a alavanca.
Na BMW, trata-se essencialmente de uma transmissão convencional controlada por computador. Não há alavanca de embreagem, apenas do câmbio, embora seja um interruptor elétrico sem função mecânica. Uma unidade de controle ajusta os parâmetros de mudança de marchas.
No Y-AMT, temos uma transmissão manual convencional, embora também dispense a alavanca de embreagem. A sua intervenção, ao invés dos dedos do motociclista, é feita por atuadores eletromecânicos. Há possibilidade de trocas manuais em uma borboleta no punho esquerdo.
Agora, segundo essas patentes descobertas pela revista Motorrad, a Ducati já trabalha para oferecer algo semelhante. Mas toda patente deve ser baseada em uma invenção nova. A Ducati, portanto, teria que deliberadamente inventar um novo sistema para patenteá-lo. Então, o que há de novo aqui?
De acordo com a revista, o sistema da Ducati é o único que combina a mecatrônica com o sistema hidráulico. Um novo circuito de controle interno controla com precisão o movimento mecânico do atuador da embreagem, além de detectar – isso que é interessante – a posição do pistão.
Além deste, há também um circuito de controle externo que controla a pressão hidráulica e garante que a pressão gerada no sistema corresponda à curva de força desejada, além de reagir a influências ambientais, como temperatura, envelhecimento do óleo hidráulico ou tolerâncias dos componentes.
A Ducati tem um avançado centro de desenvolvimento de tecnologia em Bolonha e, já que está atrasada nessa corrida, quer saltar à frente das concorrentes com um sistema mais moderno. É bem provável que a primeira moto que receba a inovação seja a Multistrada V4.