A Kawasaki apresentou hoje (7), no primeiro dia de atividades no Salão de Milão, a Ninja H2 SX, versão Sport-Touring da conhecida motocicleta sobrealimentada. Com espaço para dois ocupantes e bagagens, o enfoque agora é viajar rápido, muito rápido.
As suspeitas de que a Kawasaki estava trabalhando no modelo começaram a pipocar ainda nos primeiros dias de outubro e rapidamente ganharam caráter oficial através de teasers provocativos que a marca japonesa começou a publicar nas últimas semanas.
Para quem acompanha o Notícias Motociclisticas, no entanto, o lançamento não é uma surpresa. Desde o surgimento da H2/H2R em 2014, a Kawasaki tem trabalhado intensamente para expandir a tecnologia supercharger à mais modelos. Eles acreditam que esta é a melhor fórmula para aliar desempenho, economia e baixas emissões de poluentes no mesmo pacote.
A Ninja H2 SX é o primeiro fruto desse trabalho mais voltado à praticidade. Mas ao contrário do que se esperava, o chassi e o subchassi não derivam da H2 e são inteiramente novos, assim como a balança monobraço. O objetivo, é claro, foi deixá-la adequada para que dois ocupantes pudessem viajar com relativo conforto.
O motor é o mesmo quatro cilindros em linha de 998 cm³ de cilindrada, mas extensamente modificado. Um novo módulo eletrônico limita cavalaria em 209 cv (ufa!) e a velocidade máxima a 199 km/h. Contudo, o supercharger entra em ação mais cedo que na H2, aos 9.500 rpm, o que proporciona o excelente torque de 14.00 kgf.m à essa rotação. O câmbio é de seis marchas.
Outra modificação importante foi a do tanque de gasolina. Maior na H2 SX, possibilita a entrada de até 19 litros de gasolina, ao invés de apenas 17L da H2 (22L na Concours 14). A Kawasaki afirma que em uma tocada moderada, a motocicleta pode rodar até 350 km sem paradas para reabastecimento.
Todo o resto é semelhante à H2, ou seja com os mesmos discos de freios de 320mm na dianteira, com pinças Brembo monobloco M50. Na traseira, disco simples de 240mm, com ABS de série atuante em curvas. As suspensões, ao contrário do que esperávamos, não é semi-ativa, mas invertidas e reguláveis na frente e atrás com reservatório de gás.
Na eletrônica, a H2 SX é mais moderna que a H2. A motocicleta recebeu um belo painel digital em TFT, com dois modos de exibição selecionáveis (Touring ou Sport) para permitir que os pilotos priorizem o que que querem ver na tela. Embora a suspensão não seja semi-ativa, existe o sistema KCMF (Kawasaki Cornering Management Function), que monitora o desempenho do motor e do chassi ao longo das curvas, modulando a força de freio e a potência do motor.
Ao sentar-se na motocicleta, o piloto não fica tão curvado à frente, graças à novos semi-guidões bem mais altos que os da H2. O assento também possui uma camada de espuma mais generosa e as pedaleiras são acolchoadas com borracha para amenizar as vibrações. O modelo ainda conta com quickshifter bidirecional, controle de largada e controle de freio motor.
A carenagem possui entradas de ar com dupla função: manter o motor fresquinho em altas velocidades ao mesmo tempo que desvia o vento desnecessário ao condutor, o que também contribui para reduzir o cansaço. As polêmicas asas da H2 foram mantidas, porém de tamanho bem mais discreto. Objetivo é manter a estabilidade em altas velocidades.
Com a H2 SX, a Kawasaki pretende aposentar a Concours 14 (conhecida como GTR1400 na Europa) já que o modelo não atende as novas normas antipoluição do Euro4. Com a novidade, os japoneses apresentam uma substituta tão veloz quanto, porém mais leve, mais estreita, mais econômica e mais moderna.
A cor principal da H2 SX é o mesmo preto na sombra/cromado no sol da H2, mas não é a única. A motocicleta também será oferecida em uma versão um pouco mais completa chamada SE, na qual o tradicional verde (Candy Lime Green) está disponível. Sua chega às concessionárias europeias começa no primeiro semestre de 2018.