A BMW Motorrad apresentou hoje (6), primeiro dia de atividades do Salão de Milão (EICMA) a aguardadíssima nova geração da S1000RR para 2019. A reverenciada superbike alemã foi revisada em todos os quesitos para continuar sendo a referência da categoria.
A BMW S1000RR irrompeu a cena quando foi lançada pela primeira vez, em 2009. Foi a primeira superbike a apostar em dispositivos eletrônicos como forma de controlar potência e manobrabilidade, algo que pegou de surpresa suas principais rivais japonesas.
Foi um avanço tão grande, que ao longo dessa década, a marca da bávara pôde apenas refinar o seu projeto, enquanto Yamaha, Suzuki, Kawasaki, Honda e Ducati tiveram que correr atrás do prejuízo. Algumas conseguiram, outras ainda não.
Foi por isso que a chegada da nova geração da S1000RR era um dos momentos mais aguardados dos últimos anos. Fotos de espionagem, desenhos patenteados, e tudo o que pudesse revelar mais de seus novos dados técnicos foram acompanhados por aqui com grande audiência.
O modelo que debutou hoje em Milão tem como grande destaque o motor, totalmente novo. A principal inovação é o trem de válvulas variável, chamado de “ShiftCam” e que estreou na BMW R1250GS, mês passado. O sistema patenteado pela BMW se baseia em dois ressaltos nas árvores de manivelas que pode ser comutada, alterando assim a combustão de entrada e, por consequência, a curva de torque.
O resultado foi 209,8 cv a 13.500 rpm, cerca de 8 cavalos a mais que o motor anterior. Um novo cabeçote, com câmaras de combustão revisadas, válvulas de titânio, eixos perfurados ocos, balancins mais leves, hastes de aço mais curtas e um sistema de exaustão inteiramente novo (e mais fino) também colaboraram para que o propulsor ficasse 4kg mais leve e emitisse menos poluentes, já totalmente em conformidade com o Euro5.
O motor de 998cc também é parte estrutural da motocicleta, que tem um quadro inteiramente novo. Além de 1 quilo mais leve, é formado por quatro partes fundidas soldadas. A distância entre eixos é maior e a geometria da direção é mais íngreme. O braço oscilante tem agora 606,6 mm de comprimento. Com isso, a concentração de massas ficou em 53,8% na dianteira, para melhorar a estabilidade.
Suspensão, rodas e freios são todos novos, com opções de ajuste eletrônico nos garfos e no amortecedor, além da mais recente configuração de ABS em curvas. O painel, uma tela em TFT colorida de 6,5 polegadas também é novo e mostra, além das informações básicas, ângulo de inclinação, tempos de volta, nível de frenagem e muito mais.
Tudo isso foi possível graças à instalação da centralina eletrônica (IMU) mais moderna do momento, capaz de medir em tempo real seis eixos inerciais. São cinco modos de pilotagem de série (“Rain”, “Road”, “Dynamic” e “Race”), além do opcional “Race Pro”, o que permitirá um acerto bem fino, mesmo para não profissionais. Controle de largada, de freio motor, Pit Limiter, antiwheelie, quickshifter bidirecional e até um cruise control também estão disponíveis.
Em termos de design, a nova S1000RR é menos característica e mais elegante. Esqueça as barbatanas de tubarão do modelo antigo, assim como os faróis desiguais, que a tornavam facilmente identificável nas ruas. A nova geração conta com um conjunto óptico simétrico (de LED, é claro). O resultado é uma motocicleta que pesa 197 kg completamente abastecida, 11 kg a menos que sua antecessora. Uau!
A nova BMW S1000RR será oferecida apenas em duas opções de cores: vermelha com preto e a tradicional tricolor branca, azul e vermelha chamada simplesmente de “M”, que ainda contém outras melhorias como rodas em fibra de carbono. Nenhuma palavra foi dita sobre preços e disponibilidade, mas a superbike deve estar entre nós no segundo semestre de 2019.