As vagas deixadas pela Suzuki na MotoGP parecem reservadas para a BMW. Mas, de acordo com os últimos rumores, os alemães estariam interessados em mais do que isso, dispostos a adquirir até os dados deixados pelos japoneses que se retiraram com vitória no fim de 2022.
Esta é a informação trazida por Max Oxley, influente ex-piloto e jornalista de motociclismo britânico, após o Grande Prêmio da Inglaterra de MotoGP, realizado no último fim de semana no circuito de Silverstone, corrida que celebrou os 75 anos do Campeonato Mundial.
Campeã pela última vez em 2020 com Joan Mir, a Suzuki subitamente resolveu se retirar de todas as competições esportivas ao término de 2022 alegando corte de gastos e outras prioridades. Mesmo assim, eles venceram a última corrida em que participaram, o GP de Valência com Alex Rins.
Desde então, as vagas da Suzuki permanecem reservadas para o ingresso de uma nova fabricante. Isso é levado tão a sério por Carmelo Ezpeleta e a Dorna que quando a KTM tentou colocar uma terceira equipe no ano passado, eles não deixaram de jeito nenhum.
É óbvio que eles tem uma carta na manga e tudo indica ser a BMW. A marca alemã parece, enfim, disposta a entrar na MotoGP com a mudança de regulamento que está prevista para acontecer em 2027, com motores reduzidos para 850cc e menos aerodinâmica.
Não é a primeira vez que a BMW busca entrar na MotoGP. Em 2006, eles chegaram a testar um protótipo com motor derivado do F1 que eles tinham na época. Logo ficou evidente que a falta de know how era significativa, mas os resultados foram direcionados ao WorldSBK.
Com esse background, faz sentido, portanto, a BMW não começar seu projeto do zero, como antes, mas com base vencedora, como a da Suzuki. A GSX-RR tinha uma arquitetura semelhante à S1000RR, ou seja, motor com quatro cilindros em linha e sistema de válvulas variáveis de acionamento mecânico.
Não é do feitio de uma fabricante do porte da BMW admitir que não tem conhecimento suficiente sobre uma competição na qual querem entrar e comprar informações de uma marca concorrente. De acordo com Oxley, o preço desses dados giram em torno dos 20 milhões de euros.
Além disso, a Suzuki deixou a MotoGP no fim de 2022. Naquela época, Yamaha e Honda ainda eram competitivas o suficiente para vencer corridas. Desde então, a evolução na categoria foi tanta que apenas a Ducati e a Aprilia foram capazes de chegar ao pódio em 2024.
Essa evolução dará ainda um último passo em 2025 antes do regulamento ser congelado na espera das novas regras em 2027. Regras que pretendem colocar a MotoGP aos patamares em que estava no início da década. A BMW estaria disposta a pagar tudo isso por dados tão defasados? O tempo vai dizer.