A recente morte de Dean Berta Viñales e a segurança nas corridas foram o assunto na entrevista coletiva que abriu o GP dos EUA de MotoGP. Para Valentino Rossi, o problema principal não é a idade e sim a falta de respeito dos novos pilotos: “São agressivos demais”, aponta.
Rossi, que realiza seu último final de semana nos Estados Unidos como piloto de MotoGP, explicou que há motos demais nas categorias de acesso, que andam muito próximas umas as outras e que os pilotos precisam aprender a respeitar os limites, como as bandeiras amarelas.
“Não sei se a idade pode ser ou não um agravante“, disse Rossi, que começou a competir de mini motos aos 3 anos. “A idade mínima poderia ser aumentada em um ou dois anos, mas acho que principalmente as corridas de pilotos mais jovens devem ser administradas com mais cuidado, e se alguém faz algo perigoso, a sanção deve ser dura. Nos últimos anos a agressividade dos pilotos aumentou muito, esse é o problema, não a idade. Nosso esporte é fantástico, todos nós amamos, mas eles tem que se respeitar mais na pista“, completou.
O acidente de Dean Berta Viñales foi o terceiro de um piloto com menos de 20 anos na temporada 2021. Em maio, Jason Dupasquier morreu em circunstâncias semelhantes, caiu e foi atropelado durante o Q2 para o GP da Itália de Moto3. Em julho foi a vez de Hugo Millan na etapa de Aragão da Talent Cup Europeia.
“Em primeiro lugar, é preciso ter mais respeito pelas bandeiras amarelas. Não sei o que aconteceu no acidente, mas quando os pilotos veem uma bandeira amarela, a maioria não diminui o ritmo“, explicou Rossi. “Um dos momentos mais perigosos é quando você cai e é atropelado. No Supersport 300 havia 42 motos na largada, são muitas e assim o o risco é maior. São também motos que pesam e não correm muito, por isso estão sempre próximas, o que aumenta o risco desse tipo de acidente“.
Sobre o seu último GP dos EUA, Rossi se mostra animado graças ao segundo lugar conquistado em 2019: “tive a oportunidade de ter vencido, mas o Rins me venceu no final, cometi alguns erros mais fui competitivo“, lembrou. “Nesta pista o piloto é muito importante. Tem setores que cada piloto interpreta à sua maneira, o que é inusitado nos dias de hoje onde em todos os circuitos modernos só existe uma linha“.