Durante o GP da Inglaterra, realizado no último fim de semana, o canal britânico BT Sports realizou uma entrevista especial com Valentino Rossi, que relembrou alguns dos muitos pilotos com quem correu nas últimas duas décadas. Um dos destaques foi Alex Barros, que afirma ter aprendido algumas técnicas.
O canal de televisão, que detém os direitos de transmissão da MotoGP na Grã-Bretanha, juntou os 175 pilotos que Rossi enfrentou, tanto nas 500cc (2000-2001) quanto na MotoGP. Entre eles estava Alex Barros, com a qual teve belíssimas disputas, principalmente na temporada 2002.
“Alex Barros é um dos caras com quem aprendi a frear e entrar na curva, porque ele era muito rápido“, afirmou o Doutor. Na temporada 2002, Barros foi um dos poucos a conseguir acompanhar Rossi, então o líder absoluto da Repsol-Honda, mesmo com uma motocicleta de 2 tempos bastante defasada.
Foi um elogio de surpreendente peso que outros pilotos não receberam, como Colin Edwards, campeão do Mundial de Superbike em 2001 e companheiro de equipe de Rossi em várias temporadas. “É um cara hilário fora da pista, sempre me diverti muito com o Colin“, afirma.
Rossi inclusive relembrou um episódio ocorrido em pleno Rio de Janeiro com o esquecido Anthony Gobert, australiano afastado por doping: “Gobert… nossa… The Go Show… fui uma vez à uma festa com o Gobert, no Rio. Foi difícil [risos], difícil, muito difícil, mas divertido. Digamos que foi difícil seguir o turbilhão dele. Mas era um bom sujeito.“
Para o agrado dos ingleses, Rossi destacou a amizade que tem com John McGuinness, ídolo máximo das corridas de estrada: “Estou sempre em contato com John McGuinness. Correr contra ele na Ilha de Man? É muito semelhante à estrada Panorâmica que temos perto de Tavullia, Lá aprendemos a correr com as nossas scooters, é uma estrada normal, não é um circuito, parece o TT. Não quero correr com ele de qualquer maneira, ele é muito rápido (risos).”
Chegando perto da era moderna, Rossi surpreendeu ao elogiar bastante Casey Stoner,um grande desafeto na época: “Casey foi um dos pilotos mais talentosos e difíceis de vencer. Para mim, se falarmos de talento puro, ele era invencível”, garante. “Lorenzo também. Não merecia um parceiro como o Lorenzo depois do que fiz pela Yamaha. Precisava de alguém mais lento!“, disse aos risos.
Quando chega a vez de Marc Márquez, no entanto, Rossi adquire um tom mais sério e cuidadoso: “Márquez é um grande rival, muito rápido e muito forte. É um dos melhores. Mas com ele não me sinto muito bem na pista, é difícil brigar com ele. Reconciliar-nos? Talvez daqui a 20 ou 30 anos“, acredita. O mesmo clima sombrio ficou com Marco Simoncelli, morto em 2011: “foi um verdadeiro desastre, incluindo a forma como tudo aconteceu. Uma lástima“.
Por fim, Rossi destacou os pilotos que vieram de sua academia, como Franco Morbidelli e Pecco Bagnaia: “É algo de que me orgulho muito. No final do ano, quando eu for embora, haverá algo de mim aqui. Agora são verdadeiros atletas, eles sabem muito bem o que eles fazem, o que comem, o que dormem… e em cima da moto são os melhores.“