Valentino Rossi deu a sua primeira entrevista como ex-piloto de MotoGP nos últimos dias. O italiano explicou melhor como gerenciou os últimos anos de sua carreira e que por isso garante que está tranquilo com a sua decisão de parar de correr.
Rossi foi entrevistado pelo jornal italiano “Il Giornale” onde contou como tem passado os últimos meses, os primeiros sem ser um piloto do Campeonato Mundial desde 1996. Mas o eneacampeão afirma ter estado ocupado, não apenas pela sua nova carreira como piloto de carros, mas pelo nascimento de sua filha, Giulietta.
“Ela nasceu na manhã de sexta-feira do GP do Catar“, disse Rossi. “O primeiro domingo sem MotoGP não me incomodou em nada. Eu apenas pensei, ‘Que sorte eu não estar na pista agora.’ Foi muito importante para mim terminar de forma feliz em Valência no ano passado e consegui fazer isso. É por isso que agora também gosto de acompanhar as corridas do sofá. Sou um grande fã de motos, gosto de assistir. E sou fã dos nossos pilotos. Além disso, meu irmão está na pista e meus amigos. O único momento difícil foi em junho do ano passado, entre Barcelona e Assen, quando decidi parar.”
A crença de que ainda podia vencer corridas e títulos motivou Rossi a prolongar a carreira na MotoGP muito mais do que qualquer outro piloto nos últimos 20 anos. Mas, agora o italiano admite que o acidente entre Johann Zarco e Maverick Viñales no GP da Áustria de 2020 (que por pouco não o atingiu) o fez pensar nos riscos.
“Isso me fez pensar. Eu já sabia, mas foi realmente a prova de que não basta prestar atenção nas corridas. Se você está no lugar errado na hora errada, você está ferrado“, reconheceu. “Sim, foi um momento difícil, mesmo que não tenha me feito dizer ‘Estou desistindo’. Continuei porque acreditava que seria competitivo.”
“Acreditava que poderia continuar vencendo e fui competitivo até a metade da temporada de 2019. Claro, eu não era o Valentino Rossi de dez anos atrás, isso é normal, mas ainda acreditava. Sim, eu poderia ter saído um ano antes, no final de 2020. Mas foi o ano da Covid-19, sem fãs. Aí eu disse para mim mesmo: ‘Vou parar assim?’ Isso não teria sido bom, então mais um ano. Não porque eu queria as pessoas na pista para minha aposentadoria, mas porque era meu desejo me aposentar depois de um ano real no Campeonato“, explicou.
Apesar da insistência, Rossi garante que não tinha medo de se aposentar: “Isso está errado. É um futuro que eu vinha construindo há muito tempo: uma empresa de merchandising, uma equipe de MotoGP, uma academia para jovens pilotos, minha própria pista como o rancho”, listou. “Devo isso também às pessoas que sempre estiveram ao meu lado. Minha carreira foi longa, então tivemos tempo para pensar.“
Agora Rossi se concentra principalmente na sua estreia no GT World Challenge Europe com um Audi R8. A primeira etapa acontece nesse final de semana no circuito de Imola, na Itália. Mas o proprietário da equipe VR46 certamente visitará algumas corridas de MotoGP ainda em 2022. “Mugello, por exemplo“, prometeu.