Componente pouco lembrado em listas para aumentar a performance, as rodas de liga leve de peça única exercem um papel fundamental no comportamento dinâmico de uma motocicleta. Conheça-as melhor aqui.
As rodas e seu peso têm uma importância particularmente complexa, não somente com o desempenho, mas também com suas características de direção e manuseio. Elas são uma massa giratória, o que significa que cada vez que você freia ou acelera, não apenas muda a velocidade de sua moto, mas também a velocidade com que as rodas giram.
Rodas pesadas, com alto momento de inércia, são mais difíceis de movimentar e de acelerar. Rodas mais leves irão girar mais rapidamente do que uma idêntica porém mais pesada. O mesmo princípio se aplica à frenagem, portanto as rodas leves também ajudam em todas as situações.
Quando as rodas giram, elas criam um efeito giroscópico e que aumenta com o peso da roda. Então, quando você vira o guidão ou inclina a moto em uma curva, a massa giratória das rodas está trabalhando contra você. Portanto, reduzir essa massa ajuda no manuseio e no desempenho.
Para reduzir a inércia e o efeito giroscópico de uma roda, o local onde a massa é retirada importa tanto quanto a quantidade. Tirar a massa nas proximidades aro (a parte que se move mais rápido quando a roda está girando) terá um impacto muito maior do que reduzi-la perto do cubo.
As rodas fazem parte da massa não suspensa da motocicleta. A maior parte do peso de uma motocicleta é suspensa, ou seja, carregada pela suspensão, de forma que ela permanece estável ao longo dos solavancos. As partes não suspensas (rodas, discos de freio, pinças, eixos, pneus) têm que se mover rapidamente para cima e para baixo em superfícies irregulares.
Portanto, quanto maior for sua massa, mais difícil será para as partes não suspensas mudarem de direção, então, quando elas atingem um ressalto e precisam dar o rebote contrário para manter o pneu em contato com a estrada, qualquer coisa que reduza a massa não suspensa é um benefício.
Quando se trata de rodas, as escolhas habituais para fabricação são as de ligas fundidas ou forjadas. Rodas fundidas são mais baratas: o alumínio fundido é despejado em um molde criando a forma certa. É rápido e fácil, mas não são tão fortes quanto as forjadas, que precisam ser mais grossas e pesadas.
Para uma roda forjada, o tarugo de alumínio é aquecido e prensado em uma forma de roda vazia usando uma grande quantidade de pressão e, em seguida, usinado no componente final. O resultado é mais forte, então os raios e aros podem ser mais finos e leves, mas é um processo caro e trabalhoso.
As rodas SpinForged da Yamaha usam uma terceira via, a chamada “formação de fluxo” que começam como uma fundição subdimensionada, já incluindo os detalhes dos raios e da forma, prontas para serem esticadas na roda acabada. O molde inicial é montado em um mandril que o gira como se estivesse montado em um torno. Um aquecedor torna-o flexível.
A Yamaha teve que formular um tipo especial de liga de alumínio que responderia bem ao novo processo. Um rolo se move no interior da borda, assim como a mão de um oleiro moldando um vaso, para esticá-lo e dar-lhe a forma final. Este processo comprime a estrutura do grão da liga para torná-la forte como uma roda forjada.
O resultado consegue grande parte da força de uma roda forjada, permitindo aros com apenas 2 mm de espessura em vez de 3,5 mm, e na Yamaha MT-09 economizando 700g da massa combinada das duas rodas. Agora eles afirmam que a técnica vai começar a ser implementada em outros modelos. O consumidor agradece.
Isso tudo estamos falando no asfalto. No fora da estrada, a coisa muda e as rodas com raios ainda apresentam um comportamento dinâmico superior. Por que? Porque nessas condições, a rigidez não é tão importante e sim a maleabilidade. Elas podem dobrar e flexionar, permitindo que absorvam impactos em terrenos acidentados.